sábado, 5 de outubro de 2013

O regresso da Censura


Hoje, estive na Caminhada pela Vida, organizada em apoio da Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS. Vi, portanto, com os meus olhos. Ninguém me contou. Vi.

Entre o Marquês de Pombal e o Rossio, em Lisboa, desfilaram mil a duas mil pessoas. Afirmaram o direito à vida e promoveram em Portugal uma petição dirigida à Comissão Europeia, que, para ser válida e eficaz, tem de reunir um milhão de subscritores nos 28 países da União Europeia até 1 de Novembro próximo. O ambiente foi de festa e alegria, com muitos, muitos jovens a participar. Houve um pequeno comício no final, no Rossio. As imagens falam por si.

E, amanhã, domingo, 6 de Outubro, decorre em todo o país o dia nacional de recolha de assinaturas na petição UM DE NÓS, como aí foi anunciado e promovido.

Estive a ver o Telejornal da RTP-1. Nem uma notícia, nem um segundo de atenção.

Fui espreitando o que se passaria no Jornal da Noite da SIC e no Jornal das 8 da TVI. Idem. Confirmei, depois, com amigos. Nem um segundo. Nada.

Silêncio. Omissão. Ocultação. Censura. Para quem se informa pela televisão, nada aconteceu.

Receio que, na imprensa, o mesmo irá acontecer. A agência Lusa fez uma notícia pelos mínimos, tendo deflaccionado os participantes para 500 pessoas, número que depois é replicado por todos os outros.  Ainda assim, obrigado, Lusa! Pois quase que aposto que nem essa notícia sairá em qualquer jornal. Apenas a RR - Rádio Renascença lá esteve e tem reportado alguma coisa. No mais, é o férreo império da Censura.

E, todavia, vi nos telejornais:
  • Longas reportagens sobre a "manifestação" e provocações do movimento Que Se Lixe a Troika, que, na Praça do Município, não juntou mais de 20 pessoas! (Também o vi com os meus olhos, pois também lá estive, de manhã, nas cerimónias do 5 de Outubro, onde isto aconteceu.)
  • A reportagem de uma manifestação "com 100 pessoas" em homenagem aos bombeiros, que se desenrolou do Marquês de Pombal para a Assembleia da República. (Esta homenagem é mais do que devida e ainda bem que a manifestação foi coberta. Aliás, também apoio a indignação pela muito baixa participação nesta outra manifestação, merecidíssima, mas que pouca divulgação tivera.)
No processo de desenvolvimento da Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS, dei também duas conferências de imprensa na Assembleia da República com os meus colegas deputados Carina Oliveira e António Proa. Numa, em 4 de Abril, só houve notícia da RR e da Lusa. Noutra, em 19 de Setembro, apenas da Lusa. Mais nada em sítio algum.

No início, em 21 de Março, os promotores da Iniciativa em Portugal haviam já feito uma apresentação à imprensa na representação da União Europeia, em Lisboa, no Edifício Jean Monet. Nem uma só notícia. Zero.

Para a censura estabelecida, a ordem é esconder do público e da opinião pública que:
  • Estão em marcha as Iniciativas de Cidadania Europeia, uma inovação do Tratado de Lisboa que obriga a Comissão Europeia a agir no sentido pedido por 1 milhão de cidadãos de toda a União Europeia.
  • A Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS, lançada em Maio de 2012, vai ser a segunda a atingir esse objectivo, difícil e exigente. (A outra que o conseguiu anteriormente foi uma sobre o direito à água.)
  • A Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS, apesar dos boicotes e da censura, não só atingiu já a exigência de 1 milhão de assinaturas, como superou o objectivo seguinte de alcançar 1 milhão e 200 mil em toda a U.E., trabalhando agora por chegar ao milhão e meio até ao final deste mês.
  • A Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS, apesar dos boicotes e da censura, já conseguiu recolher 17.500 subscritores em Portugal.
  • A Caminhada pela Vida fez desfilar em Lisboa 1.000 a 2.000 pessoas, com uma impressionante participação de jovens.
  • Na Caminhada pela Vida participaram, pelo menos, dois deputados, que discursaram, entre outros, no comício final: eu próprio e Carina Oliveira.
  • Amanhã, domingo, 6 de Outubro, será o dia nacional de recolha de assinaturas na petição UM DE NÓS.
  • Este  dia nacional de recolha de assinaturas tem o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa.
É tudo isto que a Censura abafa e cala. Os menos de vinte estroinas do Que Se Lixe a Troika é que são notícia - e longa notícia.

16 comentários:

  1. Concordo inteiramente com José Ribeiro e Castro. Vivemos num mundo manipulado pela imprensa.

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  2. Fazem de noticias foleiras uma grande noticia. Vi pela tv a manifestação (30 pessoas) nas comemorações do 5 de Outubro. A CS gosta de abrir jornais com noticias cinzentas. As boas não as mostram. É a CS que temos. Deixei de ver os comentários nas TV's. É igual. São contratados para dizerem mal de tudo e todos. O cachet deve ser muito bom, para se venderem aos grupos da CS. Uma vergonha de país. Traem o país, as pessoas que querem levantá-lo, etc, por uns €€€€.

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  3. Não devemos defender-nos com criticas aos outros. Se esteve muita ou pouca gente na HOMENAGEM AOS BOMBEIROS PORTUGUESES, se as televisões foram a esta marcha e não *a vossa. O que importa, e vos devia importar, é porque não foram à vossa? Simples. Obrigado e bom trabalho. sejam fraternos.

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  4. Não compreendo o comentário deste último "Anónimo". E, como é anónimo (o que é pena...), não lhe posso responder.

    De qualquer modo, além do que já tinha escrito no texto, deixo aqui ainda mais esclarecido que:

    - a homenagem aos bombeiros era (e é) mais do que merecida;

    - a sua cobertura está absolutamente certa;

    - o que estranhei (como as notícias referem) é que estivesse tão pouca gente, quando é sabido como todos tanto devemos aos bombeiros;

    - por isso, critiquei que também essa manifestação tivesse sido pouco divulgada ANTES (eu só soube dela depois de ter acontecido);

    - por isso também, exprimi solidariedade com a surpresa e indignação por lá ter estado tão pouca gente;

    - só mencionei essa manifestação dos bombeiros, porque ela foi coberta, assim como as patetadas dos 20 pândegos do Que Se Lixe a Troika; e a nossa manifestação (com 1.000 a 2.000 pessoas) não foi.

    Não critiquei a cobertura dos bombeiros, que está certa e era devida. Referi o facto.

    Mas, se foram a uns - e bem - deveriam ter ido a outros.

    É isto.

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  5. A imparcialidade jornalística quando se trata de assuntos de defesa da vida e das famílias pura e simplesmente não existe. Não foi por falta de conhecimento que não houve cobertura. Tão só, porque é contra a agenda dos decisores políticos que pretendem destruir os valores fundamentais da nossa sociedade.
    Paz, Carlos Fernandes

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  6. Concordo inteiramente com José Ribeiro e Castro.Vivemos num mundo e numa sociedade de 'morte', onde a noticia é a guerra em detrimento da paz.Se tivesse acontecido um qualquer acidente na Av. da Liberdade, seria notícia. E já agora, em atalho de foice, uma palavra de apreço e louvor pelo extraordinario trabalho em prol da vida, das mulheres e homens que abandonam e desistem da vida, feito 'in loco', na rua em contacto com a realidade viva, pela 'Mãos Erguidas'. Também não foi notícia, no enunciado das associações pesentes.

    CTavares

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  7. Claro que o loby abortista não gosta nada destas iniciativas e tem a seu lado certa imprensa adepta do "politicamente correto" mesmo que isso implique manipulação ou ocultação da verdade dos factos. Mas não será por isso que os defensores da VIDA irão desanimar. Muito pelo contrário!

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  8. Já votei
    http://www.oneofus.eu/

    Ter ainda esperança que os meios de comunicação social sejam idóneos e ecléticos na sua informação, e que a TV seja a fonte de informação per se, é ser-se bastante ingénuo. Por isso, não me surpreende a referida censura, por isso mesmo não tenho TV há mais de 4 anos.

    Cumprimentos

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  9. Parabens por este texto! Esta muito bom e devia ser enviada para as tres estaçoes televisivas!E uma vergonha o que se passa nos media de Portugal. Tem que ser rapidamente denunciada toda este censura consciente e propositada. Continue assim Jose Melo Ribeiro a defender a sociedade Portuguesa!! Estamos todos juntos para a batalha a apoia lo! Vamos ao trabalho!!

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  10. Fernando Costa-Cabral7 de outubro de 2013 às 09:21

    Aqui esta um "erro" nunca deixou de haver censura. Em ditadura democrática a censura é imposta pelos meios de comunicação dizendo sempre que é em nome da democracia e mais, só dão noticias que não se possam comprovar ou contestar (porque não temos acesso a falar) e tambem de violencia... coitadinhos...

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  11. Compreendo e respeito a vossa indignação, mas não posso compreender nem respeitar a vossa opinião sobre sobre a "manifestação" e provocações do movimento Que Se Lixe a Troika..."
    Afinal o que o movimento "Que se lixe a Trika" não está também a lutar pelo direito à vida? Ou acham V. Exas. que a vida que este povo tem, é a vida a que tem direito?.
    Muitas vezes apenas abrimos a nossa consciência para a "nossa" vida, esquecendo que para lá da nossa porta existe um mundo cheio de vidas, onde a maioria vive em sofrimento.

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  12. Não gosto da comunicação social por causa disto mesmo. Os comentadores, esses, deviam ser extintos.
    O que acho mal nestes textos, é o facto de os que pensam diferente serem apelidados de estroinas, pandegos ou marmanjos.
    Sejamos conciliatórios entre nós.

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  13. Senhor deputado obrigado por tudo aquilo que tem feito por esta elevada e honrosa causa. Não desanime pois tem consigo um povo por si representado com orgulho e que defende a genuína dignidade da vida e da pessoa humana!

    Foi realmente um escândalo, tivemos cerca de 2000 pessoas na medida em que, foram distribuídas 2000 bandeirinhas pela organização da Caminhada Pela Vida e muita gente as não tinha (não contando com dezenas de bebés e pequenos que também caminharam com as suas famílias na defesa da Vida). Todavia, só foram apontadas 500 pessoas nas reduzidas linhas que a Lusa dispensou para tal irrelevante facto.

    O jornalismo deve servir para abrir a realidade aos portugueses e não para os fechar numa determinada parcela da realidade ou adulterar os factos. Será que incomoda tanto ver uma imensidão de jovens a defender não a família "tradicional", mas sim a família natural? Será que existem lobbys nos meios de comunicação social que mais do que exercerem um jornalismo com dignidade, profissionalismo e qualidade só selecionam aquilo que ilustra a sua ideologia?

    Enfim, aquilo que sei com certeza é que não nos damos por vencidos apesar da tenebrosa apatia instalada na sociedade portuguesa em relação aos milhares de bebés que não nascidos (como nós já fomos) acabam por morrer (coisa que não gostávamos que nos tivesse acontecido).

    Desenganem-se os que acreditam que esta nobre causa não passa de velharias e moralismos! Ontem, na Avenida da Liberade, foi notório que os jovens acreditam conseguir um futuro bem melhor para si e para os seus do que resolver os problemas através da ignorância e da matança!

    Acreditamos que a Vida é para todos e não contra ninguém e, animados com a alegria e a beleza vividas na CAMINHADA PELA VIDA - UM DE NÓS continuamos a lutar pelo nosso maior e mais precioso bem: A VIDA!!!

    Tomas S Cabral Anunciação

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  14. Eu concordo plenamente que os Bombeiros sejam horados e não esquecidos, mas são as pessoas normais que têm de fazer isso?

    Estas manifestações não valem de nada, o Governo é que devia era acabar com a corporação dos incendios, é tudo um negócio, e depois morrem os bombeiros e nem fazem nada pela familia deles nem impedem que incendios criminosos aconteçam, nem impedem que depois os terrenos sejam comparados mais baratos por aqueles que mandaram incendiar, nem ipedem que o mundo fique com menos oxigénio.

    Era por incendio na casa deles a ver se gostavam.

    Por isso é que existem mais manifestações contra a troika e o governo, eles deviam ser extintos.

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  15. Bom dia, para referir que este post foi mencionado a aqui:

    http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/10/das-manifestacoes-que-importam-censura.html

    Cumprimentos.

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  16. Os nossos jornalistas são uma cambada de liberais esquerdistas que censuram tudo o que vai contra a ideologia deles. Em vez de serem NEUTROS como verdadeiros jornalistas, essas bestas filtram por completo noticias e acontecimentos se são contra os seus ideias liberais. E dizem que vivemos numa "democracia".

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