quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

1º de Dezembro republicano


Uma das ideias mais tolas e disparatadas que se tem ouvido, na campanha contra o 1º de Dezembro, é a ideia de que «isso é coisa dos monárquicos»

Há - é claro - muitos monárquicos que o assinalam, como os há republicanos e muitíssimos que nem monárquicos, nem republicanos. Aliás, o toque mais característico dos monárquicos é a comemoração do 5 de Outubro com referência a 1143 - data do Tratado de Zamora. Esta, sim, é a forma monárquica de se separar e distinguir do 5 de Outubro de 1910 - data de implantação da República.

O dia que celebra a Independência Nacional, restaurada em 1640, é obviamente um dia de todos os portugueses. Só não será dos que se esquecem de que o são.

O 1º de Dezembro é o feriado mais antigo de Portugal, instituído na sequência do movimento lançado na segunda metade do século XIX, por impulso patriótico da, então, Comissão Central 1º de Dezembro, que logo daria lugar à Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP), ainda hoje existente. E o 1º de Dezembro, estabelecido em 1910, sobreviveu, incólume, desde a implantação da República, sem qualquer hiato: continuou em todo o regime do 5 de Outubro, após o 28 de Maio e após o 25 de Abril. Só corre o risco, ao que parece, de não sobreviver aos troikrátricos...

Os republicanos, patriotas, sempre celebraram o 1º de Dezembro, dia da independência de Portugal. Aqui, deixamos duas fotos com esse grande "monárquico" que foi o Presidente da República Manuel de Arriaga e outros destacados membros do Governo, a celebrarem o 1º de Dezembro, junto ao monumento dos Restauradores, nos primeiros anos da República.

Manuel de Arriaga e Afonso Costa numa celebração do 1º de Dezembro
Fonte: FOTOSBLOGUE

Discurso dirigido ao Presidente da República, Manuel de Arriaga, na
celebração do 1º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, em Lisboa
Fonte: FOTOSBLOGUE

2 comentários:

  1. Dito com todas as letras, sem faltas nem excessos! Aceite os parabéns de um Português patriota e orgulhoso de o ser, com ou sem "troikices" invasoras. Um abraço.

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