Depois de, com a vitória sobre a Holanda, nos termos qualificado para os quartos-de-final do Euro 2012, que decorre na Polónia e na Ucrânia, previ logo o que a imprensa destacou hoje à noite: que estaríamos, agora, imparáveis. Previ mais: que iríamos ser campeões europeus, consumando três desforras.
Primeira desforra: consumou-se hoje. A vitória por 1-0 sobre a República Checa desforra a nossa eliminação pelos checos nos quartos-de-final do Europeu de 1996 (1-0).
Segunda desforra ocorrerá nas meias-finais. Entretanto, a França elimina a Espanha nos quartos-de-final, na noite de S. João, a 23 de Junho. Enfrentaremos, assim, a França nas meias-finais, a 27 de Junho. E eliminaremos a França, consumando uma tripla desforra : a eliminação nas meias-finais do Europeu de 1984 (3-2); a eliminação nas meias-finais do Europeu de 2000 (2-1); e a eliminação nas meias-finais do Mundial de 2006 (1-0). Desta vez, será a França a ir para casa mais cedo.
A terceira desforra ocorrerá na final, a 1 de Julho, que será disputada ou com a Alemanha, ou com a Grécia. Qualquer delas, eliminará a seguir a Inglaterra ou a Itália - o meu palpite é que a Itália elimina a Inglaterra e que a Grécia, depois de eliminar a Alemanha, elimina também a Itália. Mas tanto faz: com Grécia ou Alemanha, a Taça já cá canta.
Sendo a nossa final com a Alemanha, a vitória de Portugal desforrará a única derrota que tivemos neste Europeu: precisamente no primeiro jogo com os alemães (1-0). E desforrará também a frustração do Europeu 2004, em que, tendo nós perdido o primeiro jogo com a Grécia por 1-0, fomos à final também com os gregos e perdemos aí de novo por 1-0. Desta feita, o reencontro com quem nos derrotou no jogo de estreia terá melhor sorte: ganhamos nós!
Mas, sendo a nossa final com a Grécia, a desforra será ainda mais saborosa. Não é só por desforrarmos directamente a derrota na final do Europeu de 2004, em Lisboa. Antes ainda por outros pormenores deliciosos.
Primeiro, a eliminação da Alemanha às mãos da Grécia, hoje à noite, 22 de Junho, acontecerá por um golo de Samaras. E, tendo o novo primeiro-ministro grego o mesmo nome desse avançado, a imprensa europeia exibirá estes títulos: «Samaras 1- Merkel 0»; «Samaras mostra crise alemã»; «Samaras arruma Merkel».
Segundo, chegados à final Portugal-Grécia, a imprensa terá estas manchetes, a 1 de Julho: «Euro nas mãos de Portugal e Grécia»; «Portugal e Grécia decidem Euro».
Podia haver melhor?
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