Num dos seus magníficos livros, "O Vendedor de Passados", José Eduardo Agualusa coloca uma osga como narradora. Esse pormenor delicioso, com o poder de observação e de memória da osga, torna esta obra de Agualusa única e ainda mais memorável.
Em Odemira, por estes dias de campanha autárquica, tenho tido a companhia de uma barata. Casas antigas - e fechadas - têm disto. Nesta casa, que foi de minha avó, tem-se tornado uma companhia atenta e vigilante. À noite, se acordo, lá anda ela. E, quando me deito, vem sempre dar as boas noites.
É tímida e fugidia, qualidades que a fazem sobreviver mais do que desejaríamos. Mas, na verdade, já se tornou uma amiga. Chamei-lhe Carlota. Pode ser que ainda venha a escrever um diário de campanha. Creio que sabe tudo.
1 comentário:
Para a Carlota não há segredos. Sabe tudo por antecipação, regista e, chama a atenção com cuidados re dobrados não lhe vão trocar as voltas.Faz companhia mostra presença discreta, diz Olá Bom Dia, Adeus e, Boa noite eu por mim cá fico vigilante e, atenta! Dia 29 há festa rija, saiam de casa, vão para a rua, dancem, cantem que eu por cá fico tomando conta da casa e, com gosto vê-la crescer, sorrir e, encantar ouvindo os sinos tocar e, a praça a aplaudir. Já só faltam 2 dias vamos lá trabalhar.
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