Hoje, é título do PÚBLICO: Depois da campanha minimalista, noite eleitoral da TV termina no cabo.
O comportamento das televisões foi injustificável e indesculpável nestas eleições autárquicas. Um verdadeiro insulto à democracia e um sinal de desprezo pelas populações, pelas terras, pelas gentes do país, seus problemas e seus anseios. Este é o triste sinal final da arrogância e do desrespeito. Uma martelada no civismo elementar.
A CNE foi insensata, sobretudo ao não ter tentado acertar com as televisões a interpretação realista, razoável e equilibrada da lei e dos seus princípios justos e inquestionáveis. E revelou-se, depois, completamente incapaz e incompetente para gerir o problema que criou.
Mas isso não justifica a provocação das televisões contra a lei, contra as instituições e contra a democracia. Nem se pode insistir apenas nas obrigações especiais da RTP como estação de serviço público. A lei é igual para todas as TV em período de campanha eleitoral; e as televisões privadas, não sendo de serviço público em sentido próprio, estão sujeitas aos deveres que resultam do seu licenciamento e da lei geral. Creio que o Parlamento deveria abrir uma averiguação ao comportamento das televisões durante a campanha.
Os sinais (do Governo, do Presidente da República e de outros actores políticos) de cedência à chantagem das televisões são negativos e preocupantes. Ai de nós quando formos governados pelas televisões. Mais do que temos sido. Mais do que já somos.
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