terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cadê a política europeia?


Desde 2011 que o digo: a política europeia do país e do Governo é absolutamente fundamental e decisiva. Infelizmente, passaram-na a lugar quase clandestino no Palácio das Necessidades e não se tem dado por ela. À parte a eterna melodia sazonal dos "fundos comunitários", alguém sabe o que o Governo pensa e faz em matéria de projecto europeu? E os partidos?

Não deveria ser assim talvez: o projecto europeu deveria estar estabilizado e em velocidade de cruzeiro. Mas, na verdade, a crise europeia e a nossa própria crise fizeram de novo da política europeia a prioridade das prioridades da política externa portuguesa. Quem não o entende não entende nada do tempo que vivemos.

Por um lado, temos que ajudar a superar as dificuldades da União Europeia - e marcar, aí, a nossa visão e os nossos interesses: somos parte, não colónia; somos parceiros, não súbditos. Por outro lado, somente na Europa e nas políticas gerais europeias é que poderemos melhorar as condições do nosso próprio desempenho.

Hoje, o prestigiado economista, Paul De Grawe, que não é de todo um eurocéptico - antes pelo contrário -, vem pôr o dedo na ferida: «A Comissão é agente dos credores e não vos representaNem mais! 

Dentro da troika, a Comissão Europeia tem sido, tudo o indica, o parceiro mais duro e difícil. E deveria ser ao contrário - basta ler os Tratados europeus, se servem para alguma coisa.

Aliás, se, como esperamos, a troika sair em Junho, nós continuaremos com a CE e o BCE - e certamente com um quadro de metas e obrigações bem pesado e exigente. Vender a ilusão de uma "libertação" no pós-troika é uma fantasia tola, que poderá ter consequências políticas e sociais bem agudas.

A falta que nos faz uma política europeia decente, conhecida, digna desse nome! Mobilizadora.

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