quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Here’s looking at you, kid


«Os advogados da Parvalorem e da Christie's já começaram as negociações sobre a indemnização que a empresa detida pelo Estado português "terá sempre de pagar" devido ao cancelamento do leilão dos 85 quadros de Miró que pertenceram ao BPN, soube o Expresso.

"Há cláusulas específicas que permitem renegociar o valor a pagar à Christie's se o leilão não se realizar de todo. Há acordos possíveis entre as partes e as penalizações para a Parvalorem podem ser minimizadas", acrescentou ao Expresso fonte da PLMJ, a sociedade de advogados que representa a Parvalorem.

O contrato assinado com a Christie's previa que, se o leilão das 85 obras de Miró da coleção do BPN não se realizasse, a Parvalorem pagasse à leiloeira perto de cinco milhões de euros.» 

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/advogados-negoceiam-indemnizacao-a-christies=f854418#ixzz2sTs7aw3o

Rápidos, os rapazes! 

Parece que a Christie’s negociou mais uma vez um belo contrato com o Estado Português, via Parvos da Valorem, hum, Parvalorem, quero dizer, que parvos somos nós, os contribuintes…

Portanto, o Estado Português decidiu vender um acervo patrimonial artístico único, que valorizaria e muito qualquer museu português, desses que atraem estrangeiros; a melhor forma que encontrou para o fazer foi a de aferrolhar durante sete anos 85 obras do Miró num cofre - em vez de as expor - e depois descarregá-las todas ao mesmo tempo no mercado, que costuma ser uma forma muito eficaz de aumentar o valor da oferta, como qualquer pessoa sabe…

À cautela, porque tudo foi feito de forma ilegal, puseram logo no contrato uma cláusulazinha sobre «não venda» que garantia à Christie’s uma indemnização pequenina de cinco milhões de euros, se o leilão não se realizasse.

Aparentemente, a Christie’s decidiu por iniciativa própria criar o facto accionador da cláusula e empochar os cinco milhões. 

Os nossos best and brightest foram logo a correr negociar a coisa. Serão os mesmos que negociaram o contrato? É que eles são mesmo bons!

O 1º ministro manifesta a sua vontade decidida de prosseguir com a venda (ele quer mesmo vender!); o secretário de Estado diz que não é agência transitária e que não sabe onde param as obras (ver para crer no Expresso online); e por aí fora…

O «sítio» está, de facto, a ficar infrequentável! 

PS: eu até admito que a venda ou não venda dos Mirós pudesse e devesse ser discutida (mas não foi!) porque é discutível; custa-me a admitir é tanta incompetência no tratamento do assunto.

Para não ser acusado de solicitação ilegal de clientela, declaro desde já, que qualquer estagiário do meu escritório faria melhor serviço ao Estado, pro bono.

1 comentário:

José Ribeiro e Castro disse...

A Parvalorem, afinal, diz que não vai pagar nada e que não tem nada a pagar à Christie's:

http://expresso.sapo.pt/parvalorem-afirma-que-nao-pagara-nada-a-christies=f854466