As eleições europeias continuam a proporcionar, aos analistas, novidades em catadupa. Não há como seguir as últimas tendências da moda europeia. E a noite brilha já com a nova aliança entre os vencedores dos votos para o Parlamento Europeu em França e em Portugal.
Em Paris, a presidente do Front National (FN), Marine Le Pen, depois de ter vencido com 25% o escrutínio europeu, abriu a noite a apelar ao Presidente da República e líder do Partido Socialista, François Hollande, para convocar «novas eleições» nacionais: «Que pode ele fazer se não regressar ao povo, pôr em prática a proporcionalidade para que cada francês esteja representado» na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento, «e organizar novas eleições?» – questionou Marine.
Poucas horas depois, em Lisboa, António José Seguro ecoava a mesma ideia: «Se depender de nós, haverá naturalmente eleições antecipadas», disse o líder do PS no seu discurso após o triunfo dos socialistas nas eleições europeias. E precisou: «Cabe em primeiro lugar ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao vice-primeiro-ministro tirarem as ilações políticas desta eleição.»
Confirma-se, assim, que o novo PS se inspira e guia pelas novidades que circulam por Paris: depois do exílio de Sócrates e da eleição de François Hollande, chegou a vez do farol Marine. C'est français? C'est bon!
Ségurô/Le Pen, le même combat.
ACTUALIZAÇÃO: Certamente arrastado na mesma onda de entusiasmo, os comunistas da CDU juntaram-se também a esta Santa Aliança. Segundo o líder comunista, Jerónimo de Sousa, «a mais baixa votação de sempre destes partidos (PSD e CDS-PP) foi uma clara censura do povo português», não deixando, na sua opinião, qualquer «mão protectora de Cavaco Silva, por maior que seja a sua cumplicidade», uma «outra decisão que não a convocação de eleições antecipadas».
Passamos da histórica Frente Popular, a esta novel Frente Nacional Popular: Ségurô/Jérônimô/Le Pen, le même combat.
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