Ah, se em 1917 já houvesse "pós-docs" na Universidade de Zurique! Se o Boaventura já lá mandasse!
Roubei parte do título deste post ao João Miguel Tavares que na quinta-feira
escreveu no Público um artigo intitulado «24 palermas e um medroso».
Confesso que quando li, achei que
ele tinha escrito «merdoso», que foi o que eu achei que era adequado…
Quanto aos «24 palermas» não
façam confusão: esses palermas são perigosíssimos, como se viu hoje pela defesa
que os «palermas» do bloco e da esquerda do PS fizeram deles.
Há muito tempo que os «palermas»
têm vindo a tomar de assalto várias instituições onde instalaram o padrão de
pensamento único leninista que caracteriza a esquerda portuguesa. Alguns são
verdadeiros palermas, armados em «compagnons de route» como nos velhos tempos
do PCP. Acontece que estes leninistas são bem diferentes dos estalinistas do
antigamente. Esses eram apenas detestáveis na sua boçalidade comunista. Estes,
agora, são odiosos na sua «finesse» pequeno-burguesa aperaltada.
Odiosos, digo eu, porque para
além do mais são perigosos: infiltraram-se na Universidade, na FCSH da
Universidade Nova de Lisboa, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de
Coimbra, promovem-se uns aos outros, policiam-se no seu pensamento único,
reprimem quem não pensa como eles e atacam em nome de dogmas históricos e
sociais qualquer pensador do país que discorde dos dogmas deles.
Atacam e as mordidelas deles
magoam, não tenham ilusões. A nível académico, podem destruir carreiras,
desfazer reputações, impedir o acesso à imprensa (porque controlam o processo
de decisão em jornais de referência), matar à nascença, pelo ridículo que nunca ninguém
discute, tudo o que lhes desagrade.
Estas alminhas começaram as suas
guerras nos anos 90, logo a seguir à queda do “muro” com a luta contra a
globalização e o “alter-mundismo”. Passaram as últimas 4 décadas a aumentar a
dose de má consciência do ocidente, ridicularizando sempre quem se atrevesse a
escrever sobre o valor dos princípios ocidentais. Depois passaram para a agenda
social com a «agenda gay» dos casamentos dos ditos à adopção; As lutas em prol
das pretensas minorias que na verdade são lutas contra os consensos
maioritários. Tudo lhes serve para instrumentalizar no seu ataque à sociedade
onde vivem: as mulheres, os negros, os muçulmanos…
É como se quem não pensasse como
eles em matéria de destruição da sociedade em que vivemos, fosse um troglodita
forçosamente «fascistas, xenófobo, racista, machista[1]»
e de caminho, pelo seguro, de certeza que é ladrão e tem uma offshore.
Instalaram portanto uma cultura
de ódio social, de que esta semana vimos um afloramento na atitude dos célebres
«24 palermas» e pior ainda, na defesa que deles fizeram os deputados de
esquerda na AR. Atitudes que apenas reflectem o pensamento profundo dos Louçãs
e Boaventuras que pastoreiam a esquerda portuguesa.
Uma frase para o «medroso», que
já podem imaginar quem seja: o cavalheiro que para «evitar conflitos» decidiu
que bom, bom, era obtemperar à imposição dos «palermas» e cancelar a conferência
de Jaime Nogueira Pinto.
E depois há o «bitaiteiro»: o
nosso estimadíssimo Presidente que, tal como o dos EUA que passa por doido,
atrasado mental no mínimo, se pronuncia sobre tudo o que mexe ou vai mexer nos
segundos seguintes.
99% do que Marcelo diz ou faz, é
tão inconsequente ou transiente, tão pouco substantivo, como os tweets de
Donald Trump. A impressão que dá é que reage de forma pavloviana a qualquer eco
de qualquer coisa, seja o que for e mesmo que não tenha entendido bem. Ou seja,
temos um Presidente que reage por «bitaites» várias vezes ao dia.
Pois a este cavalheiro parece
chocá-lo mais a expressão de opiniões vindas do PSD, sobretudo se forem de
Passos Coelho, do que o verdadeiro «assalto ao castelo» a que estamos a
assistir em directo com o assalto grosseiro ao Banco de Portugal por parte do
PS e o ataque descarado ao Conselho Superior de Finanças Públicas, do qual
Marcelo só notou que alguém falou em «milagre», pouco lhe interessando o modo e
o contexto…
Temos então que perante a
arrogância e grosseria crescentes da nossa esquerda doméstica e alter-mundista
de trazer por casa, ao Presidente ocorre atacar a Drª Teodora porque falou
ironicamente em “milagre” a propósito dessa obra-prima de fingimento financeiro
que é o deficit do estado em 2016.
Objectivamente o nosso Marcelinho
dos afectos é um cúmplice ou um compagnon
de route tudo menos inocente dos «24 palermas» e dos seus apaniguados
Louçãs e Boaventuras.
Com esta rota traçada dá para
entender para onde vai a barca…
3 comentários:
Muito bom!
Muito bom!
EXPRESSO 11.MARÇO. 2017
Estamos a consumir demasiado e a crédito
Voltámos a um certo consumo excessivo e em simultâneo a fazê-lo a crédito.
Ou seja, estamos a ir pedir emprestado dinheiro, que teremos que mais tarde que pagar, para comprar automóveis novinhos em folha, vejam-se os que circulam por todo o lado nas nossas ruas, para fazer viagens, vejam-se como estão esgotados tantos destinos paradisíacos e não só, na Páscoa próxima. E, por vezes em situações, ao que parece, que não são assim tão essenciais, e que nos comprometem o futuro.
Muito do que consumimos e a crédito é importado, dado que não “fazemos” um único automóvel. E, se quisermos ver com olhos de ver, todos os dias mais e mais novos circulam com datas do mês em curso. Dinheiro que sai, dinheiro que não é nosso, e, que o vamos ter que pedir emprestado à banca. E não é dinheiro para investimentos produtivos ou poupanças futuras!
Claro que, o Governo anterior teve um “prazer” em nos amesquinhar, em nos fazer pobretes e nem alegretes, em cortar para além do que os nossos credores externos exigiam, vulgo “troika”, e ainda para agravar deixou “situações” descontroladas, que hoje estão a ter que ser resolvidas como offshores e não só. (….)
A Küttner de Magalhaes
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