quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Foto-estalinismo: o original, na URSS


Um dos traços do estalinismo foi a manipulação da História ao serviço da propaganda, nem só para serviço da ideologia comunista, mas para afirmação do seu poder pessoal.

Famoso pela impiedade perante os adversários, prolongava-a contra a sua memória, apagando-os de registos, rasto de acontecimentos e imagens.

São célebres alguns casos desta censura demencial, mandada executar em fotografias públicas. Os mais famosos são o apagão de Trotski e de Yezhov em fotografias com Lenine e com o próprio Estaline. Estaline não suportava a ideia - nem a imagem - de Trotski ter sido o braço-direito de Lenine ou de Yezhov ser seu leal colaborador, chefe da polícia política e executante diligente da política de encarceramento, tortura e assassinato de centenas de milhares de cidadãos da URSS.

Estaline mandou matar um e outro, Trotski e de Yezhov. Contudo, não foi suficiente matá-los. Foi preciso apagá-los também das fotografias.

Assim nasceu o foto-estalinismo, uma técnica que outros têm aprendido e vindo a copiar. Mas o autor é Estaline, honra à sua memória. Conhecido pela ferocidade brutal, este foi, em paradoxo, o maior sinal da fragilidade e insegurança de Estaline: a necessidade de apagar aqueles que abatera.


Lenine ao lado de Trotski

Trotski censurado da foto com Lenine

Estaline com Yezhov

Yezhov apagado

Lenine discursa com Trotski ao lado

Trostki "entaipado" na foto

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