domingo, 25 de março de 2012

Passos mexe na energia


Começaram por aí a dizer que não mexia. Mas Passos Coelho garantiu que vai mexer. 

É a garantia solene do líder do PSD e primeiro-ministro, dada, hoje, diante do Congresso do seu partido e perante o país: «Seremos determinados, através de toda a transformação legal e negocial, que nos permitirá reduzir esses privilégios, acabar com esses privilégios e democratizar ainda mais a nossa economia e o nosso país.»

Para que não ficassem dúvidas, Passos Coelho não podia ser mais directo, ao assegurar que isso será feito «também na energia, acabando com o défice tarifário pesado que todos os portugueses, famílias e particulares ou empresas, têm vindo a suportar.»

Este é um dos factos mais salientes do Congresso e uma das declarações mais importantes do primeiro-ministro, tendente a pôr termo às especulações que a recente substituição do secretário de Estado da Energia não tem cessado de gerar por aí. A atenção pública é enorme, como aqui logo escrevi.

Passos Coelho esteve muito bem neste discurso. E estará ainda melhor, quando finalmente executar a linha definida e reafirmada, mostrando resistir e afastar as numerosas - e poderosas - pressões que se movimentam para tudo ficar na mesma ou para manter o essencial dos privilégios e das rendas excessivas. 

Seria um enorme desapontamento se os interesses que se mexem na sombra conseguissem ganhar. E péssimo para Portugal.

Passos Coelho tem 100 por cento de razão quando disse, no mesmo discurso de encerramento do Congresso do PSD: «Nós temos de olhar para todos os portugueses e poder dizer-lhes: não há uns que possam mais e outros que possam menos.»

É isso mesmo.

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