sexta-feira, 10 de abril de 2015

Justicialismo bacoco e crimes diversos


«Cunha de Relvas a António Figueiredo apanhada em escutas
Miguel Relvas usou a sua influência como ministro para resolver assuntos pessoais. Para receber em mão um documento para a própria mulher, só precisou de ligar ao então presidente do Instituto de Registos e Notariado e esperar duas horas.»
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/cunha-de-relvas-a-antonio-figueiredo-apanhada-em-escutas=f919252#ixzz3WvpWSYzs

Estamos a entrar no justicialismo mais bacoco e asfixiante possível. Mas noticias destas, dadas em grande destaque, deviam dar que pensar.

Para já, Miguel Relvas demitiu-se do Governo a 3 ou 4 de Abril de 2013. Os despachos do Ministérios do Negócios Estrangeiros e Administração Interna a operacionalizar os vistos gold são de 28 de Janeiro de 2013.

De acordo com a notícia saída no Expresso online, Miguel Relvas, Ministro, meteu uma cunha ao Director-Geral dos Registos e Notariado, para obter para a esposa um certificado de registo criminal.

Ou seja, antes de Abril. Ficámos portanto a saber que um ou dois meses depois da entrada em vigor da legislação dos vistos gold, António Figueiredo JÁ estava sob escuta. Dá que pensar, ou não?

Quem tomou a decisão de o pôr sob escuta e porquê? Havia algum processo de inquérito aberto?

Ou – aterrorizador “ou” – «alguém» decidiu pô-lo sob escuta preventivamente, a ver se vinha algum peixe à rede?

Já nem falo da qualidade da escuta, em que um Ministro em funções é escutado a pedir um favor inocente e que não tem nada de ilegal ou ilegítimo; já nem falo no abuso inqualificável, que esse sim, é crime, de «alguém» ter passado para a imprensa esta e outras «notícias» que não são, nem querem dizer nada, mas que, assim desgarradas, parece que incriminam gente; do que aqui quero falar é dessa coisa asfixiante que consiste em pôr sob escuta um Director-Geral sem que contra ele exista nada, nem nenhum processo aberto.

Notem que já esta semana veio a lume outra noticia que dá conta de uma conversa entre António Figueiredo e Vaz das Neves, Presidente do Tribunal da Relação. Ou seja, há quem ande por aí a fazer «cócó» aos bocadinhos e a deixar as respectivas fezes por todo o lado. Com que intuito?

Até agora, no caso dos vistos gold só ouvi falar de umas garrafas de vinho e de uns bilhetes para uns jogos de futebol. Será que…? Pois, é que se vamos por aí, o desfecho final já sabemos qual é.

Emito aqui a minha opinião: cheira-me que a «Justiça» portuguesa vai necessitar de uma vassourada tão valente que não vai ficar pedra sobre pedra. 

Depois queixem-se, mas eu acho que os principais criminosos – os que estão a dar cabo do que sobra de credibilidade da Justiça – são os juízes, os procuradores e os jornalistas que trazem – ou os trazem a eles – pela trela. 

Lamento se parece forte, mas acho que só peca por defeito.

Sem comentários: