segunda-feira, 7 de março de 2016

A propósito de swaps: era uma moda, pronto!

Ó freguês, vai um swap snowball? tão fresquinhos...


As motivações expressas para os contratos de swap:

“(…) exerci as funções de presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto entre 26 de março de 2008 e 15 de junho de 2012; em virtude de sucessivos governos terem determinado e autorizado investimentos sem a necessária cobertura de financiamento, quando assumi funções a Metro do Porto tinha uma dívida acumulada da ordem dos 2000 milhões de euros; imediatamente a seguir à entrada em funções, a administração a que presidi teve de obter financiamentos para fazer face aos compromissos anteriormente assumidos; como referi, a efetivação das operações de financiamento trazia associado um contrato swap, sendo que o primeiro swap remonta já a 2003.

Pergunta da Srª Deputada Cecília Meireles (CDS-PP): “Sei que não conhecem o relatório da IGCP mas nele refere-se que: «O que se constatou, no entanto, foi que as empresas, em especial a Metro de Lisboa e a Metro do Porto, seguindo outras motivações que não a simples cobertura de risco e talvez devido a dificuldades de financiamento, contrataram transações com elevado grau de complexidade mas em que os fluxos nos primeiros anos foram minimizados”.

A Sra. Dra. Gorete Rato respondeu: “Sr.ª Deputada, eu diria que esse «talvez» devido a dificuldade de financiamento pode retirá-lo, como é óbvio.”

Dizem os Bancos:

“Foram apresentadas várias soluções [para mitigar as perdas]: a introdução de resets, que limpavam, nestes produtos snowball, o efeito de memória; retirar barreiras, a inferior ou alguns períodos de leitura dessas barreiras, ou inclusive, fazer o locked-in do mark-to-market em taxa fixa.”

Deu para entender?

Contratação de swaps por parte de 8 empresas públicas, a saber: Metro de Lisboa, Carris, Metro do Porto, STCP, CP e EGREP, por terem carteiras de derivados classificadas como problemáticas pelo IGCP - 3.044 milhões de euros de perdas.

2013. Desde aí só piorou.

Pergunta ainda a Sr.ª Deputada Cecília Meireles (CDS-PP): “Aquilo que lhe perguntava é o seguinte: então, a realidade é que os contratos swap foram utilizados não para cobertura verdadeira de risco mas, sim, como fonte de financiamento para, dizendo as coisas como elas são, ganhar dinheiro? “

Resposta do Sr. Eng.º Juvenal da Silva Peneda: “Sr.ª Deputada, não faço ideia. Sei que era uma moda, pronto. Enfim…”

1 comentário:

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Tanta moda feita para ficarmos com a dívida impagável pública que temos......

País este triste e enfadonho que está hoje.....

E agora no Porto e em Lisboa vai-se dar cabo do Turismo, com a abertura de hotéis por tudo que tenha espaço para hotel ser e tudo falir