sábado, 13 de abril de 2013

A desunião faz a força


Na cidade do Porto, a segunda capital do país, a maioria que contraiu a responsabilidade de governar Portugal no, todos o dizem, «o período mais difícil da nossa História recente» dá mostras do mais sofisticado sentido de bom senso, de coesão e de propósito comum. 

Avizinhando-se eleições autárquicas, que serão provavelmente disputadas no momento mais crítico do ciclo político, o CDS decidiu, ao que tudo indica, romper e não renovar a coligação local que mantinha com o PSD, continuamente, desde há 16 anos, governando o município em conjunto desde há 12 anos. Apenas não é ainda claro se terá candidato próprio ou se não apresentará listas nas eleições de Outubro. 

Pelo PSD, que lidera a Câmara Municipal, avança Luís Filipe Menezes. Rui Moreira apresenta uma candidatura independente, que procura penetrar e consolidar-se também no campo eleitoral da maioria, contando com o endosso de sectores críticos do PSD e, aparentemente, também com a disponibilidade oficiosa ou oficial do CDS. Pelo PS, que pode ter a maré do ciclo eleitoral a seu favor, Manuel Pizarro espreita a oportunidade do regresso socialista.

Anteontem, chega Rui Moreira e acusa Luís Filipe Menezes de ser "o candidato do Governo", ao que, ontem, o porta-voz da candidatura do PSD vem retorquir que "Rui Moreira é o candidato do CDS de Lisboa". 

Confuso? Nada disso. É a confirmação de duas verdades bem conhecidas: uma, a desunião faz a força; outra, o ziguezague é a linha mais curta entre dois pontos. A Ciência Política, por vezes, parece integrar-se no ramo das ciências ocultas.

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