Há alguns semanas, dei uma entrevista que o jornal i escolheu intitular com uma das frase que disse: «Esta União Europeia não presta.» Para quem ainda duvide, bastará olhar à realidade que, hoje e desde há anos, continuamente observamos e reler algumas das linhas de força escritas nos Tratados. Recordemos trechos emblemáticos do Tratado de Lisboa:
Do Preâmbulo do Tratado da União Europeia (TUE):
- RECORDANDO a importância histórica do fim da divisão do continente europeu e a necessidade da criação de bases sólidas para a construção da futura Europa,
- CONFIRMANDO o seu apego aos princípios da liberdade, da democracia (...) e do Estado de direito,
- DESEJANDO aprofundar a solidariedade entre os seus povos, respeitando a sua história, cultura e tradições,
- RESOLVIDOS a conseguir o reforço e a convergência das suas economias (...),
No artigo 3º, n.º 3 deste mesmo TUE:
- A União promove a coesão económica, social e territorial, e a solidariedade entre os Estados-Membros.
Do Preâmbulo do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE):
- DECIDIDOS a assegurar, mediante uma acção comum, o progresso económico e social dos seus Estados eliminando as barreiras que dividem a Europa,
- FIXANDO como objectivo essencial dos seus esforços a melhoria constante das condições de vida e de trabalho dos seus povos,
- PREOCUPADOS em reforçar a unidade das suas economias e assegurar o seu desenvolvimento harmonioso pela redução das desigualdades entre as diversas regiões e do atraso das menos favorecidas,
Será que, lendo isto, toda a gente percebe como estamos, hoje, tão longe do caminho extraordinário que foi aberto com o velhinho Tratado de Roma e o projecto que arrancou, na CEE, em 1958?
Está doente o espírito europeu. Avariou. Andam a matar o sonho europeu. Europa? Coitadinha desta Europa.
Resgate por resgate, é a própria Europa, o seu espírito e o seu sonho, que importa resgatar.
Resgate por resgate, é a própria Europa, o seu espírito e o seu sonho, que importa resgatar.
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