Esta não posso deixar passar: os
patrulheiros do politicamente correcto consideraram no Expresso (essa bíblia!)
que o nosso Rui Chancerelle de Machete, que se assina MNE, tinha cometido uma
gaffe, oh, mas que gaffe, por ter endereçado as suas condolências à França, sem
mencionar a «liberdade de expressão». Pois, toma lá!
Eles são todos «Charlie» mas não
lhes passa pela cabecita que haja quem ache que as violências francesas dos
últimos dias não sejam uma violência contra a liberdade de expressão, apenas,
mas contra os valores pelos quais se bate o mundo ocidental, entre os quais se
contam, sem dúvida a liberdade, na qual a de expressão, mas também o valor da
vida humana, e muitos outros, que nos custaram muitos anos a estabelecer, e não
poucas mortes.
Curioso é que os ditos
patrulheiros dos bons costumes, não tenham sido capazes de republicar um único
dos cartoons pelos quais parece que o Charlie Hebdo foi massacrado.
Já nem digo nada dos patrulheiros
da indignação que se apressaram a condenar os «islamafóbicos» antes mesmo de
verem algum, e chegam ao ponto de afirmar – li, li! – que o direito a ser
contra a liberdade de expressão é também integrante da liberdade de expressão
(esta é do Miguel Esteves Cardoso, que deve ter posto o cérebro de molho nos
últimos dias).
Andam para aí uns tarados a
proclamar que matam gente em nome do Islão (não, não é em nome da Santa Igreja
Católica e Apostólica, nem em nome do Monte do Templo e da sagrada Arca da
Aliança, nem são os guerrilheiros do Cristo-Rei, são mesmo os islamitas), e que
é que eu vejo? Um Imã à portuguesa a queixar-se que lhe pintaram à porta da
Mesquita o número «1143».
Join the club, oh Imã: eu também
estou farto de grafittis, são um nojo urbano, mas não é disso que estávamos a
falar, certo?
Para esse querido Imã e para o
Miguel Esteves Cardoso, aqui vai com dedicatória um desenhinho:
E agradeçam, seus ingratos, é o meu favorito. Sou Charlie, ou não sou Charlie?
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