Pode até parecer demagogia. Mas é o que se foi ouvindo por aí, entre gente comum. E é um dos pensamentos que primeiro me ocorre - e ecoa - depois do resultado das eleições na Grécia e da vitória clara do Syriza e de Alexis Tsipras.
Eu não acredito nas políticas do Syriza; e receio pela Grécia (que não é directamente da minha conta) e pelos reflexos que possa ter no resto da Europa, cá também.
Eu acredito, no fundamental, no caminho de rigor e reequilíbrio que temos seguido - e importa seguir - e que nos tem aproximado de porto seguro. Se a Grécia o tivesse seguido - e podido seguir - não teria chegado tão fundo quanto ainda chegou.
Mas, infelizmente, com os escândalos que grassam e explodem no sistema financeiro (nos Estados Unidos, em Espanha, cá também, na Grécia, em Chipre, na Islândia e noutros países europeus) e com a corrupção que vai sendo exposta (na política e em grandes empresas dominantes), ninguém pode estranhar que estas viragens aconteçam.
Há uma natural dificuldade em entender que uns não possam ter tostões, enquanto outros esbanjam ou desviam milhões.
Nos Estados Unidos, ao que se lê, a justiça ainda funciona - depressa e com mão pesada. Noutros países, parece que também menos mal. Mas, no geral, há uma sensação difusa de impunidade para os maiores responsáveis. E de que os problemas de fundo de má operação do sistema político e financeiro não foram resolvidos e que mantêm corredores de manipulação e manobra.
É aí que as pessoas se zangam. Gerando até inesperadas alianças entre as esquerda e direita mais radicais.
Vamos ver o que isto dá.
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