Como corre a "actualidade" |
Estamos excessivamente imediatizados e mediatizados. Torna-se quase assustador como, hoje, conseguimos “arranjar” temas que se sobrepõem a uma velocidade louca a tudo o que, ontem, era o tema do dia, sem este ficar minimamente resolvido.
O que ainda é mais “assustador” é como nos vai sendo possível a todos colaborarmos nestes esquemas, que fazem com que a informação flua a uma velocidade estonteante, mas que tudo, mas tudo, seja tratado pela rama e nada com um mínimo de tempo e cuidado. Claro que alguns dos temas, nem notícia deveriam ser; e podem deixar de imediato de o ser, indo para o lixo. Já que, antes, só inoportunamente chegaram a ser noticiados.
Tudo tem que ser visto, e revisto, hoje, com a certeza de que amanhã aparecerá qualquer “outra coisa” que irá abafar o que, ontem, foi notícia por todo o lado, que ficou num “limbo”, e que só voltará a ser falado se for no Dia Especial De...” ou se acontecer algo “idêntico a...”.
Claro que “isto” interessa a muitos que nos bombardeiam com “informação” e nos abafam todo e qualquer “conhecimento”.
E admiramo-nos quando os jihadistas barbaramente destroem Cultura aos tiros de canhão, e nós esquecemos, todos, abafamos todos A Nossa Cultura, Os nossos Conhecimentos, não aos tiros, mas pondo-lhe notícias e noticiazinhas por cima, de forma a não termos Cultura, algo tão necessário e tão importante, que nos ajuda a escolher o que queremos ser e saber.
Talvez seja de um dia pararmos para pensar, por nós e não com a cabeça feita por outros! De não ser um avião que cai a notícia, até ser um homem que se afoga, os desgraçados que morrem nas águas do Mediterrâneo, a criancinha que é violada pelo padrasto e fica com outra criancinha dentro da barriga, a greve de uns pilotos da aviação, e tudo flui sem nada “ser”!
Não é possível assim continuar. Não temos capacidade para sermos “usados” como marionetas face a demasiada informação, que é levada de ânimo tão leve e não de forma séria, até ao fim.
E os políticos ajudam, a isto tudo, com biografias sem qualidade, com reacções tempestivas por SMS a noticias hoje normais na imprensa, para além de uma loucura de recandidatos a putativos Presidentes da República, como se as eleições fossem amanhã, e se tudo neste pobre País ficasse resolvido e “curado” com um novo PR. Este PR - ainda em exercício - não tem sido, de facto, o que o momento exigia; mas colocando lá muitos, uns ou outros, ficaremos com um País resolvido? Sem pensar num verdadeiro Governo. que só governe pelo País, e não por outros interesses?
Tudo tão mediatizado, tudo tão mediatizado, tudo tão fútil, tudo tão superficial.
Talvez ainda haja tempo para termos cuidado em nos tratarmos bem melhor, ou vai-nos correr tudo muito mal.
Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
15 de Maio de 2015
15 de Maio de 2015
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