Não sendo adepto de futebóis, antes pelo contrário, logo alheado do que à maioria dos portugueses interessa, não parece que seja uma série de jogos a coincidir com o próximo dia 4 de Outubro que fará ainda mais aumentar a não votação. Será, antes, o desenlace de uma campanha eleitoral iniciada em Dezembro de 2014, totalmente desprovida de conteúdo.
De todos os lados o que “está a dar” é esperar que um do “outro lado” diga qualquer coisita, para depois o atacar; e isto é multiplicado ao limite dos não limites por toda a comunicação social, de imediato com esta a relatar ao vivo e a cores as respostas agressivas dos outros partidos. Atacando o que foi dito e nada propondo.
Para além do “foste tu, não fui”, a “culpa é sempre do outro”, “eu nem estava, nem vi”, “eu faria melhor”, não se fala em projectos políticos, não se fala em mudar para melhor, em Pessoas sem nomes – sempre os mesmos – que abracem projectos, que façam a diferença positiva. A imperiosa necessidade de cada chefe e adjunto de cada Partido e Movimento ter que estar sempre a aparecer, nunca para dar ideias fazíveis, mas para criticar o partido/movimento ao lado, faz com que esta campanha seja um vazio de pensamento.
Falar em “ideais”, seria atirar “para cima da mesa” – como hoje se diz, está tudo em cima da mesa – algo que estes senhores e senhoras, chefes de fila dos partidos e movimentos, nem sabem de que se trata.
E sem brindes, sem esferográficas, sem sacos plásticos – que nesta altura dariam imenso jeito – é uma peregrinação dos mesmos com os mesmos, a dizer mal dos outros, e estes daqueles, tudo roda em cima dos umbigos dos que não querem perder visibilidade, não querem deixar de estar presentes, mesmo que se perceba, que unicamente querem estar “presentes”.
Talvez ao fim da noite se mirem ao espelho, se vejam nas televisões e fiquem felizes e contentes, para, no dia seguinte, fazerem mais do mesmo, com os mesmos.
Se, desde Dezembro de 2014, nada de útil foi dito, neste mês de Setembro de 2015 tiraram-se esqueletos dos armários unicamente para os lançar aos outros sem qualquer ideia de mudar, de construir, de fazer.
Cada um quer estar presente no telejornal das 20h00, nas primeiras páginas tão semelhantes de todos os jornais, quer mostrar-se, quer ser visto e aplaudido.
E para quem não gosta do futebol, como é o caso de quem escreve estas linhas, é indiferente quando possam ser os jogos. Para quem gosta, que será 99 % da nossa população, por certo se houvesse uma campanha de ideias, de verdadeiras propostas, não seria o jogo de futebol que iria aumentar a abstenção.
Assim, havendo abstenção a culpa não será dos Partidos e dos seus eternos Candidatos mas do Futebol e de outros Futebóis! Nunca dos próprios, sempre imaculados e acertados!
Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
16 de Setembro de 2015
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