domingo, 11 de novembro de 2012

Quando os burros sofrem de reumatismo mental

A campanha mediática e blogosférica montada contra Isabel Jonet e o Banco Alimentar contra a Fome é a nova demonstração da absoluta indigência intelectual da esquerda caviar. Já estávamos quase a esquecer-nos, mas fazem sempre questão de lembrar-nos. Obrigado! Obrigado pela histeria. Obrigado pela cegueira. 

A intervenção num debate da SIC-Notícias foi o detonador da explosão dos indignados profissionais. Liberdade de expressão?Liberdade de opinião? Qual quê?

Contra a opinião e os critérios de Isabel Jonet, contra aquilo que ela é pessoalmente, contra a sua experiência de voluntariado efectivo e de trabalho social, raramente se assistiu a tanta violência verbal, fundada no ódio e na manipulação. Chamaram-na de tudo, numa cascata de insultos demenciais, a capear o chorrilho habitual das banalidades habituais da esquerdalhada habitual: "a meretriz da caridadezinha portuguesa", "poeirentos resquícios do salazarismo", "Nestum de alarvidades", "pornografia caridosa", "esteios de extrema- direita como Isabel Jonet", "desfruta o brunch da beneficência", "sabe que não falta miséria para alimentar de matéria-prima a sua fábrica", "olha para os pobres com desdenho, nojo, pena", "na hora de fazer a contabilidade aquilo que a move é a sua canja, o seu ceviche, não o caldo dos outros", "um corpo torpe atirado à máfia de capatazes e dos carcereiros", "o mundo da classe dominante, do privilégio, da riqueza, do poder desmesurado, dos estereótipos que ajudam a lavar o sangue que lhe escorre das unhas""a sua cruzada lembra os tempos do Movimento Nacional Feminino", "abjecção e repugnância", "mentalidade «caritativa» e «salazarenta» - no pior do que o Dr. Oliveira Salazar nos deixou" - e outros vómitos do mesmo fel. Fingem que não percebem. Nada. Fazem que não entendem. Zero. E cospem. Tudo.

Do tudo que cospem, fica uma certeza, cristalina de tão óbvia: a campanha contra Isabel Jonet e o Banco Alimentar não é contra Isabel Jonet e o Banco Alimentar; é contra nós. Contra nós, que pensamos diferente. Contra nós, que nem somos da esquerda estatista, nem de extrema-esquerda. Contra nós, que sempre prevenimos que a visão socialista da sociedade e do Estado ia levar à falência o Estado e colocar o Estado social no abismo. Contra nós, que prezamos a liberdade e associamos liberdade e responsabilidade. Contra nós, que sabemos que a solidariedade é das pessoas e não do Estado. Contra nós, que defendemos que o Estado social se estrutura na solidariedade e na subsidiaridade.

Esta nova campanha do trotskismo doméstico e doutros compagnons de festa é ideológica: é contra nós todos que não somos deles, nem seus aliados. É o eco grosseiro de um reumatismo mental velho já de um século. É  Matusalém outra vez, vermelho de raiva e vermelho de cor, com as mesmas orelhas de burro de sempre. 

Pode lá ser que haja formas diferentes de fazer as coisas! Pode lá ser que haja formas directas de ajudar os mais necessitados! Pode lá ser que haja solidariedade sem burocracia! Pode lá ser que haja sociedade civil! Se dizem isto de Isabel Jonet, o que diriam da Rainha D. Leonor e das Misericórdias que fundou?

Fica ainda uma pergunta: porquê tanto ódio? Um deles - melhor, uma deles - dá a resposta directamente: «nunca dei um grão de arroz ao Banco Alimentar contra a Fome. A fome é um flagelo, não pode ser uma arma para promover o retrocesso social que significa passarmos da solidariedade à caridade(zinha).»

Para estes extremistas, vesgos de ideologia barata, «a comida (não) é uma arma», para que a fome possa ser uma arma: a arma da "revolução", seja lá o que for. De que interessam as pessoas? Nada.

É gente que, assim o diz, nunca deu nada a ninguém. Gente que nunca deu, nem dá. Gente que só tira - lembram-se da nacionalização das Misericórdias? Gente que arruína, endivida e arrasa e se queixa da própria ruína criada. Gente que faz a revolução contra a revolução, a ruína contra a ruína, a fome contra a fome. O absoluto paradoxo.

Por isso, pelo simples senso comum, por apenas a liberdade de pensar (e de poder falar), pelo simples direito à solidariedade (e o dever também), já assinei a petição de resposta: Para que a Dra. Isabel Jonet fique por muitos e bons anos à frente do Banco Alimentar Contra a Fome.

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