segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O Programa eleitoral de cada Partido devia ser a Reforma do Estado

Por vezes recebemos, por correio electrónico, algumas crónicas breves de Augusto Küttner de Magalhães. Sempre interessantes. Esta, pela sua actualidade e carácter absolutamente certeiro, publicamo-la também, com a devida vénia.
Pode dizer-se que é na mouche.


O Programa eleitoral de cada Partido devia ser a Reforma do Estado
O programa eleitoral de todo e qualquer partido/movimento que concorra, ou estime pensar concorrer a qualquer eleição, deveria ser uma certeira, nobre e honrada Reforma do Estado. Tudo o resto é secundário.
Se não houver força, vontade, coragem, abertura, para cada um à sua maneira nos “informar” se, por acaso, sorte ou o que possa ser, ficar com os “destinos” deste pobre nosso País, como vai fazer com que cresçamos, tenhamos futuro consistente, reformando tudo o que tem que ser reformado, não se deveria sequer querer candidatar-se.
Chega de brincarmos a eleições, a sonhos, a futuros de “pode ser que” e, se não for, alguém irá sempre deitar-nos a mão, por baixo.
Independentemente do que os políticos a favor e do contra, que depois trocam de posições, ou nem por isso, possam dizer ou deixar de dizer, o País está com uma dívida monstra, deve dinheiro “lá fora” e vai precisar e de lá de fora, que o dinheiro continue a chegar.
Mas, como ninguém dá nada a ninguém, será indispensável fazer programas, bem-feitos a longo prazo, explicitando como fazer crescer as nossas receitas, e não só a divida, como pagar o que devemos e como conseguir que mais nos emprestem, e em condições comportáveis!
O País tem que se encaixar no que é, no que tem, no que pode criar, com justiça, equidade e sinceridade. Tudo o resto é andar a brincar com o fogo, que normalmente queima os mais fracos.
Assim, seria uma necessidade, um dever, de quem se acha com hipóteses de vir a ser governação ou de vir a ser oposição responsável, de deixar de pensar nos seus próprios interesses e dos seus clãs, e pensar no país e no “povo”. Tudo o resto é brincar com a vida e o futuro dos Portugueses, fazendo-nos ficar pior do que já estamos.
A Reforma do Estado implica ter tudo o que necessitamos à medida do que precisamos, com realizável qualidade de vida para todos, que funcione, que seja exequível e que não haja repetições, desorganizações, demasiadas chefias, demasiados quintais, demasiados lugares iguais pagos pelo Orçamento do Estado.
Mas uma Reforma do Estado tem que ser bem programada. Tem que ser verdadeira, tem que ter uma duração de no mínimo uma década, e tem que ser implementada por forma a defender os interesses do País e do Povo e não dos Partidos, dos conhecidos e do mais que possa ser. E, claro, Reformar implica mudar, desinstalar, não deixar tudo na mesma.
E tudo isto está por fazer; e, sem isto ser feito, o País não vai lá. E chega de dizer que o País já passou por isto várias vezes. É que desta pode ser pior que das outras; e se se acha que passar por maus bocados vivendo o País acima das possibilidades por já ter passado por isso antes, é solução, como é evidente, não é, antes, trata-se do “problema”! 
Chegado está o tempo de defendermos os interesses colectivos, os interesses da população, do País, com equidade, com as diferenças inerentes evidentemente ao ser humano, mas com progresso, sustentabilidade, verdade e futuro. O resto é mais do mesmo que nos pode levar a ficar muito pior do que já estamos.
Augusto Küttner de Magalhães
Janeiro 2014

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