sábado, 18 de janeiro de 2014

Reflexões sobre um referendo de ocasião (10): ai, o calendário, o calendário...


O jornal EXPRESSO, ou bem informado, ou sem querer, pode ter revelado, hoje, o móbil real de muita gente influente nesta manobra de provocar um referendo sem nada dizer, nem decidir, quanto à questão de fundo.

Um dos subtítulos do EXPRESSO é: "Calendário impede consulta até ao Verão". Ou seja, a manobra do referendo serve para empurrar a decisão da questão para depois das eleições europeias, marcadas para 25 de Maio. E, depois... logo se vê.

Passada essa fasquia das europeias, depois tanto dá aos arquitectos da coisa. Passe-se o que se passar, o PSD já não pagaria o preço eleitoral de qualquer decisão, haja referendo ou não haja, passe a co-adopção ou não passe.

A decisão política em Portugal está, na verdade, cheia de engenheiros eleitorais. E essa pode ter sido uma circunstância a pesar. Mas a coisa pode, por isso mesmo, correr mal. É que toda esta embrulhada tem vindo a deixar um travo cada vez mais amargo. Normalmente, a cobardia política não paga. E é muito mau avançar às arrecuas.

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