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Os candidatos do CDS-PP foram, todos, escolhidos a dedo e ordenados, um a um, pelo presidente do partido. Não fez disso segredo. Frisou-o, segundo a imprensa, na irritada intervenção final no Conselho Nacional, argumentando, entre outros, com a necessidade de garantir a "qualidade" do grupo parlamentar.
Ora, qualidade é justamente argumento que não pode usar-se neste caso. Não se trata de pôr em causa a qualidade de novo(a)s candidato(a)s apresentado(a)s. É que, no ainda actual grupo parlamentar do CDS, não há um(a) só de que se pudesse dizer que não tinha qualidade para continuar. Outras terão sido as razões. Certamente "grupismo", garantias de obediência.
Foram várias, aliás, as exclusões, quer do grupo do PSD, quer do CDS, de deputado(a)s de indiscutível qualidade pessoal, política e técnica, que se haviam destacado positivamente no trabalho parlamentar, inclusive na recta final. Por todo(a)s, cito apenas o caso da Teresa Anjinho no CDS e de Pedro Saraiva no PSD, que marcou como relator do inquérito ao caso BES. A sua saída constituiu enorme - e negativa - surpresa. Haviam, sem dúvida, marcado pela qualidade.
As escolhas da coligação, afastando uns e chamando outros, deveram-se a critérios que não têm a ver com a qualidade.
É coisa tão notória que se reflecte, depois, na enorme dificuldade em cativar novos independentes de relevo. Esta dificuldade já tinha transparecido, aquando do anúncio da chamada "Comissão Política Nacional" da coligação. Mas, agora, foi de novo evidente na formação das listas para a Assembleia da República. Com tantos tiques controleiros, quem quer meter-se nisto?
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