Yupiii! Ganhamos o campeonato do mundo de futebol de praia!!!
Tenho para mim que faça-se o que se fizer,
mais dois ou três anos e estamos fora do euro, quer queiramos quer não.
Há coisas em curso que vão muito para além
da possibilidade de intervenção dos portugueses.
Nada disso nos dispensa da pratica do máximo
rigor nas contas públicas, da maior prudência na gestão do estado e da maior
ousadia no reformismo nacional, mas estou convencido de que tudo o que possamos
fazer não vai obstar ao que aí vem.
Infelizmente, como agora se vê e alguns
viram nos idos de 90, o projecto do euro, tal como foi concebido era uma
passada da maior imprudência.
Como na velha história da pasta de dentes
dentro do tubo, era fácil espremê-la cá para fora, impossível repô-la no tubo.
É por isso que o arrumo final do desastre
vai implicar soluções que já não têm nada a ver com a dinâmica da construção
europeia entre 1980 e 2004. Agora é outra coisa.
Um governo responsável e com visão verá aqui
uma oportunidade que precisa de ser preparada.
O governo português, habituado a ser
tutelado e a ir atrás das outras marias, não verá aqui mais nada senão um longo
calvário de austeridade e manutenção de um quadro de despesa pública arcaico
sem qualquer consideração pelos portugueses que pagam e pagam os desvarios
públicos.
Como é evidente era agora que precisávamos
de um político de primeira grandeza com visão e rasgo, e que, para começar
entendesse o novo quadro em que se está a mover.
Em vez disso, para nos castigar dos nossos
pecados, Deus nosso senhor mandou-nos o passos e o costa, à escolha, para
manter o "estado democrático de direito" com que nos temos
castigado...
Enquanto em Portugal insistirmos em achar
fundamental propagandear que ganhamos o campeonato de futebol de praia e
insistirmos em ignorar - e antecipar- os acontecimentos em curso e que vão
mudar a nossa história, em dar por inteiramente adquirido o quadro de acção que
outros definiram e nos impuseram, continuaremos a ser um pequeno país
nostálgico da sua história e fiel ao seu desgoverno.
No fundo, no fundo, vocês bem sabem que,
muito para lá da propaganda reles partidária, a única coisa que os PS e o PSD
discutem é quem é que vai nomear a próxima revoada de boys e quem são os amigos
de quem que vão beneficiar do estado clientelar em que vivemos.
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