O "Diário de Notícias" publicou, ontem, uma notícia, dando conta de que recebi uma carta do presidente da Euronews, o importante canal europeu de notícias cujo serviço em língua portuguesa tem o futuro em risco. E diz também que questionei os presidentes de outras comissões parlamentares para uma audição conjunta. Revela ainda um excerto da carta que aponta uma possível alternativa de financiamento parcial para o problema que surgiu.
Tudo isto é tudo verdade. O que é que não corresponde exactamente à verdade? O título da notícia: "CDS pressiona Relvas para manter Euronews". Isto não é exacto.
A carta de Philippe Cayla, que aqui divulgo na íntegra, para que não haja dúvidas, nem especulações, foi-me mandada a 30 de Novembro. Foi-me enviada por via electrónica, directa e pessoalmente, como deputado, presumindo eu que conhecendo o presidente da Euronews, o meu empenho em defender a continuidade do canal português, por razões que são conhecidas e já fiz públicas: o estatuto internacional - em particular, o estatuto europeu - da língua portuguesa.
Tendo, porém, a carta sido remetida ao Presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura (temos competência nas matérias da língua, enquanto eixo da politica cultural) e constituindo correio oficial, entendi dever partilhar a sua recepção e o seu conteúdo com todos os deputados membros da minha Comissão, bem como com os Presidentes de outras comissões parlamentares com competência e interesse possível na questão (Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas; Assuntos Europeus; e Ética, Cidadania e Comunicação), a fim de inquirir se estariam interessados em fazer, em conjunto, a audiência (ou audição) que é solicitada. Fiz isto na passada terça-feira, 6 de Dezembro. E escrevi também ao Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a informar destes factos.
Não é correcto dizer que o CDS esteja a pressionar Relvas ou que eu seja um agente de uma qualquer pressão do CDS. A acção é minha, quer na parte em que actuo por estrito dever institucional, quer naquela em que exprimo e dou sequência a uma profunda e bem conhecida convicção política e pessoal: a importância estratégica fundamental da língua portuguesa.
Uma coisa, porém, é também certa. Eu vou receber certamente Philippe Cayla - resta saber se sozinho ou acompanhado. E vou também continuar a dar sequência a este caso, por todos os meios ao meu alcance, procurando mobilizar apoios e vontades para o resultado indispensável. Importa assegurar a continuidade do canal português da Euronews, aprofundando e esgotando todas as alternativas ou vias complementares para superar as dificuldades actuais.
Na projecção internacional do Português, não podemos dar um só passo atrás. Pelo contrário, a urgência é de dar mais passos em frente.
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