domingo, 11 de dezembro de 2011

Tertúlia em cima do acontecimento


Na próxima terça-feira, 13 de Dezembro, teremos nova sessão da TERTÚLIA DIPLOMÁTICA. Desta feita, será oradora a embaixadora da República Checa, Markéta Šarbochová, que irá falar de «O papel dos pequenos e médios Estados na União Europeia - a visão do Grupo de Visegrado».


A seguir à Cimeira de Bruxelas dos passados dias 8 e 9 de Dezembro, o tema não podia ser mais actual. Por um lado, para analisar as importante decisões aí tomadas e compreender melhor a específica posição da República Checa, um dos três países que anunciou ir ainda consultar o seu Parlamento antes de indicar o rumo que quer seguir quanto ao novo Tratado esboçado. Por outro lado, porque, numa altura em que tanto se fala do protagonismo alemão ou franco-alemão, é fundamental reflectir sobre o papel e o peso dos pequenos e médios Estados na União Europeia. 

A União Europeia não é - não é previsto ser, não deve ser - um Império de grandes e vassalos, mas uma União de iguais.

Quanto ao "Grupo de Visegrado", corresponde a uma aliança de cooperação de quatro países da Europa Central: Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia. As suas origens remontam ao século XIV, devendo o nome a um encontro entre os monarcas Carlos I da Hungria, Casimiro III da Polónia e João I da Boémia, em 1335, na cidade húngara de Visegrado, onde acordaram estabelecer novas rotas comerciais que evitassem Viena e facilitassem o acesso a outros mercados europeus. O moderno "Grupo de Visegrado" (ou V4) veio a formar-se na mesma cidade, em 15 de Fevereiro de 1991, pouco depois da queda do Muro de Berlim e do fim dos regimes comunistas nesses países, com o objectivo de reforçar a cooperação entre eles e promover a integração de todo grupo na União Europeia. Com a integração na U.E., em 1 de maio de 2004, o V4 perdeu importância, mas mantém a cooperação e a aliança entre os quatro países em diferentes campos.

A embaixadora Markéta Šarbochová, que lidera actualmente o grupo de embaixadores luso-falantes em Lisboa, apresentará ainda o livro "HHhH - Operação Antropóide", o primeiro romance do jovem escritor francês Laurent Binet, vencedor do Prémio Goncourt 2010. A obra baseia-se em factos reais, no tempo da II Guerra Mundial, e todos os personagens existiram ou existem ainda.  O enredo decorre em Praga, na Primavera de 1942,  e centra-se na chamada "Operação Antropóide", em que dois pára-quedistas checoslovacos são encarregados de assassinar Reinhard Heydrich, o chefe dos Serviços Secretos nazis e da Gestapo, considerado "o homem mais perigoso do Terceiro Reich" - Heydrich era o braço direito de Himmler e o chefe de Eichmann; e os nazis brincavam com o acrónimo HHhH: Himmlers Hirn heißt Heydrich, isto é, "o cérebro de Himmler chama-se Heydrich". 

Muitos motivos de interesse para ir até à Livraria Férin (ao Chiado), em Lisboa, depois de amanhã, 13 de Dezembro, pelas 18:30 horas, para uma hora de bate-papo diplomático e cultural.

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