Não deixa de ser sintomático e surpreendente que o facto de passarem, hoje, exactamente 20 anos sobre o fim da União Soviética (a URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), tenha passado praticamente despercebido nos noticiários. Não mereceu qualquer destaque na imprensa, na rádio e na televisão e, na generalidade, nem sequer uma simples menção. Se alguém leu, viu ou ouviu alguma coisa sobre a efeméride, agradecemos que nos diga para fazermos uma breve estatística.
Que o fim de uma das duas potências que dominaram o século XX; de um regime nascido de uma revolução brutal, com frio poder assassino, e de uma terrível Guerra Civil; de um país, ou melhor, um regime autor dos maiores horrores e atrocidades de toda a História da Humanidade (nomeadamente no período do Estalinismo); do epicentro de exportação da revolução comunista para dezenas de países, explorando fracturas de injustiça e manipulando ilusões; do Estado que, depois de ter integrado os Aliados que derrotaram o nazismo de Hitler, fez dividir a Europa e o mundo com o Muro de Berlim e a "cortina de ferro"; de um dos pólos da "guerra fria", que nos colocou nos anos '60 a '80 à beira da III Guerra Mundial e do pavor de um Holocausto Nuclear - é mais do que simples mostra de falta de memória. É um péssimo sinal do fim da memória, de abolição da memória.
Uma das frases mais citadas de Georges Santayana diz que «quem não se lembra do passado está condenado a repeti-lo». Esperemos que não - ninguém merece voltar a viver a ruína, a brutalidade, o atraso, a ameaça, os horrores da União Soviética. Uma vez chega.
A Euronews:
e a AFP fizeram excelentes e curtos trabalhos de evocação da efeméride.
Não custava nada usá-los ou referi-los.
Em 8 de Dezembro de 1991, acabou a URSS. Saudemos o fim da União Soviética!
Façamos-lhe o inventário. E que não volte.
1 comentário:
Caro Amigo,
Bem assinalada a efeméride e o pequeno balanço da memória, entretanto, quase esquecida.
Cidadãos perigosamente amnésicos da História são presas fáceis de todos os oportunistas, demagogos e populistas que por aí andem, a descoberto ou ocultos.
Cabe aos que prezam a memória, nomeadamente a histórica, avivá-la na consciência dos seus concidadãos.
Um abraço,
António Viriato, Lisboa, 08-12-2011,presente no Blogue Alma Lusíada e no Facebook.
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