domingo, 15 de abril de 2012

Geração Erasmus, sinal do futuro

Em 6 de Março, o meu amigo Rui Marques, sempre a dinamizar o Forum Estudante, convidou-me a participar num seminário de um novo projecto que anima: GERAÇÃO ERASMUS. Fui como Presidente da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República e foi uma experiência interessantíssima.


Agora, vi que puseram online aquilo que disse e o que gravei. Fica, aqui, também , o registo das minhas ideias.

Primeiro, o resumo, em texto, da palestra que apresentei:
Eu gosto muito dessa expressão Geração ERASMUS. Acho que é uma expressão muito feliz e que traduz uma Geração que tem sido beneficiada e privilegiada nos últimos 20 anos com uma experiência única.
O programa ERASMUS marca uma diferença qualitativa muito sensível na juventude portuguesa. As gerações que passam pelo ERASMUS vêm dessa experiência mais maduras. Amadurecem do ponto de vista pessoal, abrem horizontes e também aprendem a ter dupla cidadania: somos cidadãos nacionais, mas também europeus. É uma aprendizagem que se faz ao vivo. É a experiência mais popular no quadro da União Europeia (UE) e também com uma grande atração fora da UE. O programa ERASMUS está hoje em 33 estados, portanto está à frente da Europa, pois somos 27 estados membros. É um programa de grande sucesso, vamos a caminho do estudante "três milhões", que atingiremos provavelmente no ano 2015. Quando o programa começou em 1987, em toda a Europa, movimentaram-se três mil e poucos estudantes. Hoje movimentam-se por ano 250.000 estudantes. Também Portugal tem essa experiência de crescimento. Quando o programa começou, 25 estudantes beneficiaram do programa ERASMUS. Hoje, movimentam-se mais de 5.000 estudantes portugueses que todos os anos podem ter uma frequência de seis meses a um ano de estudos superiores na sua área de especialidade. É também uma experiência de ida e volta, nós enviamos e recebemos estudantes. Somos, aliás, um país com saldo líquido positivo: são mais os estudantes que nos procuram (mais de 6 mil por ano atualmente) do que portugueses que vão lá fora.
O que devemos melhorar?
1º Devemos continuar a captar estudantes estrangeiros que vêm às nossas instituições de ensino superior. Isso é sinal da sua qualidade e também permite que a juventude portuguesa beneficie desse influxo de estudantes que aqui vêm estudar e conviver connosco. E temos também que melhorar a estratégia de integração desses alunos. É preciso que os nossos estudantes os acolham quer no espaço de convívio e de circulação, quer na estratégia de trabalho académico, nos trabalhos de grupo, na consolidação de amizades e de relações. Isso é muito importante, faz parte da estratégia da Geração ERASMUS essa criação de relações.
Aumento da duração média dos estudos. Nesta altura, está na média dos seis meses e eu creio, da minha própria experiência pessoal, com filhos meus, que esse «choque de amadurecimento» que é uma experiência ERASMUS é muito melhor se for num ano escolar e não apenas num semestre. Portanto, parece-me indispensável que nós consigamos que a UE desenvolva estratégias que permitam anualizar a experiência de mobilidade.
Melhoria dos apoios financeiros e uma melhoria da capacidade de oferta. Portanto, mais gente todos os anos em mobilidade ERASMUS, com um valor mais elevado das bolsas. O valor médio das bolsas na UE é insuficiente.
Cruzar a estratégia europeia com a estratégia CPLP nessa área. Devemos levar por arrasto para o programa ERASMUS, irmãos nossos da CPLP permitindo-lhes beneficiar desse grande programa europeu. Podemos ser seus cicerones em língua portuguesa deste projecto europeu. Creio que isso é muito importante, o cruzamento de estratégias europeias com a estratégia CPLP deve ser uma constante nas diferentes estratégias de afirmação portuguesa e creio que aqui também deve ter uma «tradução».
Depois, o vídeo que gravei:


GERAÇÃO ERASMUS é mais uma iniciativa privada de serviço público com a marca de qualidade do Forum Estudante. É um portal que vale a pena conhecer e por onde se aprende muito a viajar. Viajar e conhecer.

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