O embaixador alemão Helmut Elfenkaemper |
O embaixador da Alemanha em Lisboa, Helmut Elfenkämper, é o próximo orador da TERTÚLIA DIPLOMÁTICA, na próxima terça-feira, na Livraria Férin.
Nascido pouco depois do fim da guerra,
em 1947, na Renânia do Norte-Vestfália, em Rheine, perto da fronteira
holandesa, Helmut Elfenkämper concluiu formação universitária em Ciências Jurídicas, em História e
em Língua e Literatura Francesa. Desde Setembro de 2009 é o embaixador em Portugal,
onde já tinha estado de 1993 a 1997, como Chefe Adjunto da missão: conhece-nos bem e é um bom amigo, seguidor atento da vida portuguesa e sempre
pronto a estreitar o diálogo luso-alemão, de tão fortes e importantes tradições entre nós,
em especial desde a consolidação da democracia em Portugal. Não é demais recordar o apoio da República Federal da Alemanha e das suas fundações políticas nos primeiros anos do regime democrático.
Helmut Elfenkämper é um diplomata experimentado. Ingressou na carreira
diplomática há trinta e seis anos, logo após sair da Universidade. Além de
Lisboa, ocupou postos diplomáticos em Varsóvia (ainda no tempo do regime comunista),
Nova Iorque, Paris e Praga e desempenhou funções dirigentes no Ministério, nos
serviços da OSCE, na Divisão da Europa Central e do Leste e no Planeamento
Estratégico.
Foi uma das estrelas dos “Colóquios Diplomáticos” que
promovi na Assembleia da República, quando fui presidente da Comissão de
Negócios Estrangeiros. Estávamos, então, em meados de 2010, quando tanto se comentava –
e criticava – a demora do Governo de Angela Merkel em reagir à crise da Grécia.
E o embaixador ajudou-nos a compreender um pouco melhor os sentimentos e preocupações dominantes da
sociedade alemã, que, naturalmente, condicionam a acção do seu governo.
Agora, o embaixador Helmut Elfenkämper irá voltar, de certo modo,
ao mesmo tema, numa altura em que a acção liderante da Alemanha e da dupla chamada "Merkozy" continuam debaixo de intenso escrutínio. Fá-lo-á por uma perspectiva mais penetrante: o pensamento
profundo da Alemanha, ilustrado a partir de uma obra clássica (já centenária) do grande economista e sociólogo alemão, Max
Weber, «Die protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus» (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo), onde aflora a conhecida ideia da
afinidade entre protestantismo e o desenvolvimento do espírito comercial
moderno, na medida em que a ética protestante legitimou claramente, no plano
ético, a busca racional do ganho económico. Um livro com escritos de 1904 e 1905.
Tem-se falado muito da ética luterana por detrás da reflexão
e análise da Chanceler Angela Merkel. Em que medida Max Weber nos ajuda a
compreendê-la? Em que medida Max Weber e o espírito alemão, bem como o quadro
concreto da actual situação económica e social da Alemanha, nos permitem
compreender melhor a política do Governo de Berlim, a acção e as afirmações dos seus
principais actores, e antecipar a sua provável evolução?
O embaixador Elfenkämper ajudar-nos-á também, sem dúvida, a
conhecer e a interpretar o intenso debate democrático que existe na própria sociedade alemã sobre a
política europeia da CDU/CSU, da coligação de Governo e de Angela Merkel. Curiosamente, no mesmo dia (17 de Janeiro) em que se espera a
eleição de outro alemão para a presidência do Parlamento Europeu: o
social-democrata Martin Schulz, que, ao contrário, tem criticado fortemente as posições da Chanceler Angela Merkel.
Para onde vai a Alemanha? E para onde conduz a Europa? Estas as questões que nos bailam no espírito. A palavra ao embaixador Helmut Elfenkämper. Tudo isto, bem entendido, com estrito respeito da regra de Chatham House, que rege a participação de qualificados diplomatas nas nossas sessões. O que se passa na Tertúlia Diplomática pode ser reportado nas suas conclusões e apreciação geral, mas, nomeadamente quanto às intervenções dos diplomatas, não devem ser feitas citações, não devendo ser atribuídas opiniões ou informações a A ou a B. No final, todos estaremos à disposição de quem o pretenda para quaisquer declarações ou comentários em "on", sem quebra daquela regra da Tertúlia.
Amanhã, terça-feira, 17 de Janeiro, o encontro é na Livraria Férin (ao Chiado), pelas 18:30 horas, para mais uma Tertúlia Diplomática, uma parceria Avenida da Liberdade/Livraria Férin, com o apoio da Rádio Renascença e do Diário Económico como media partners.
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