Pedro Lomba é já sobejamente conhecido em Portugal, nomeadamente do público interessado em política e no comentário político.
Licenciado e mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa, advogado, assistente universitário, prepara nesta altura o doutoramento quer junto da sua escola de origem, quer no European University Institute, o prestigiado Instituto de Florença. Além da advocacia que exerceu, tem uma carreira académica já solidamente estabelecida, em Portugal, em Itália, nos Estados Unidos da América (em Yale) e no Reino Unido, onde, a partir de Fevereiro, será investigador visitante na Universidade de Oxford. Tem livros publicados e inúmeros artigos científicos espalhados por revistas e colectâneas nas suas áreas de especialidade, no quadro do Direito Público e da Ciência Política. E foi também assessor jurídico e político do Governo Durão Barroso.
Andou muito activo pela blogosfera e seria como comentador político e articulista regular na imprensa que se tornou amplamente conhecido da opinião pública portuguesa. Vimo-lo regularmente na, então, RTP-N e pudemos lê-lo sucessivamente no Diário de Notícias, n’ O Independente, no Diário Económico, de novo no DN, no jornal i. Hoje, é cronista do Público, onde assina a coluna “Assuntos Temporários”.
E foi justamente numa das suas crónicas recentes do Público que encontrámos a razão de ser da sessão inaugural do nosso ciclo POLÍTICA E PENSAMENTO: A VOZ DOS LIVROS.
Em 11 de Outubro do ano passado, numa crónica intitulada «Do baú das ideologias» [ler aqui ou aqui], depois de reflectir sobre a crise, em Portugal, na Europa e no mundo, e de comentar os movimentos dos “indignados”, concluía Pedro Lomba:
«Esta crise matou as ideologias que estavam vivas: o neoliberalismo e o socialismo democrático. Mas pode ressuscitar aquelas que julgávamos mortas e enterradas. Não admira que do baú das ideologias ressurja um novo interesse pelo que Marx escreveu sobre o capitalismo suicida ou que, à direita, se repegue a teoria social da Igreja ou certas críticas mais organicistas e românticas ao capitalismo industrial do princípio do século passado. O mundo não está só perigoso. Está de volta ao passado.»
É interessante escutar alguém que o público sempre associou mais às escolas de reflexão liberal meditar também sobre a Doutrina Social da Igreja. É interessante podermos conhecer e acompanhar o seu próprio olhar, mais fresco e certamente diferente do habitual. E será importante meditarmos, com ele e a partir desta sessão, sobre se o regresso ao campo das ideias e das doutrinas é, jogando com as palavras, estar "de volta ao passado" ou realmente de regresso ao futuro.
Por isso, o termos convidado Pedro Lomba para nos apresentar um grande clássico revisitado: o «Compêndio da Doutrina Social da Igreja», do Conselho Pontifício “Justiça e Paz” – uma linha doutrinária de longa construção já centenária, revista na última formulação que lhe foi dada, em 2004, no final do pontificado de João Paulo II e com forte ancoragem em três das suas encíclicas mais marcantes: Laborem Exercens, Sollicitudo Rei Socialis e Centesimus Annus. Uma grande âncora do pensamento católico.
Ouçamos o que Pedro Lomba nos retira do seu "baú das ideologias". Será na segunda-feira, 9 de Janeiro, pelas 18:30 horas, na Livraria Férin, em Lisboa (ao Chiado), com patrocínio do jornal i e da Antena 1.
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