domingo, 15 de março de 2015

O exemplo a não vir de cima

Viatura da PSP em transgressão em Carlos Alberto (Porto)

O sentimento, demasiado generalizado – face ao que nos vem acontecendo nas últimas duas décadas – quanto aos nossos políticos, é que não cumprem o que prometem, e não fazem, quando chegados a determinados “postos/lugares”, o que nos obrigam a fazer.

E, sem sequer aqui é de referir um único caso concreto, uma vez que todos são ampla e mediaticamente divulgados, uns aparecem e desaparecem – emergem e submergem –, outros nunca entenderemos o que lhes acontece e, em simultâneo, estão constantemente a surgir novos. E todos ficando sempre, nebulosamente, por esclarecer.

Mas são tantos e todos começam não se compreende como, e acabam sem nada atingirmos, e esperam-se novos.
Porém, para além destes, outros mais banais, mas não menos graves, estão a tornar-se um exemplo – “exemplar” – para os nossos comportamentos do dia-a-dia. Situações muito negativas, vindas de quem nunca as deveria praticar.

Uma "autoridade" descontraída...

Desde injustificada e desnecessariamente vermos viaturas “nossas” – pagas pelos nossos impostos – entregues a pessoas que nos deveriam bem representar e melhor apoiar, a circular em locais interditos, com o maior à-vontade, e ainda para mais ajudar, com toda a razão se nos permitirmos achar, que não a têm.
Outros, até com viaturas, também, pertença do Estado ou até das Autarquias – devidamente caracterizadas – estacionadas e bem arrumadas em cima de passadeiras.

O motorista à espera de Sua Excelência o Chefe

E o mais grave é que tudo é por “eles “ feito com toda a razão, e nós, se lhes apontarmos educadamente o dedo, somos quem não tem razão.

Se o mesmo for feito por um anónimo cidadão, é penalizado – e justamente, dado não estar correcto -, mas, se for a “tal” viatura nossa entregue ao “importante” ou nossa “caracterizada”, pode fazer tudo, nada acontece.

Isto num tempo em que os cidadãos andam – andamos – descontentes, não só com o estado a que chegou o País, não havendo, hoje, quem o defenda, estando unicamente em si interessado, e não se perspectivando alguém que o venha a fazer.

E entra-se num total desvirtuamento de regras e normas – parece que hoje é proibido usar estes termos – num despeito pelos outros, num vale-tudo, até chegarmos ao “arrancar olhos”. Já esteve mais longe!
Quando tudo bater fundo, mas mesmo fundo – está quase, mas ainda vai descer mais – o retorno aos respeito pelo outro, ao espaço do outro, a algum civismo entre cidadãos, demorará décadas a ser recuperado. Mas isto, aqui escrito, é narrativa e lamechice de velho ultrapassado! 

E vamos tudo desconstruindo com o “exemplo exemplar” dos de cima.

Já nem se pode ralhar nas criancinhas, “tadinhas”, para não as traumatizar! 

E quando entrarmos no vazio, tudo pode acontecer, normalmente é ocupado por quem não deve!, o vazio causa terror e …..
Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
15 de Março de 2015

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