Estamos a viver um tempo em que o mediatismo e o imediatismo controlam tudo e todos.
E, os políticos, mormente da governação ao momento, mas não só, lançam para “o ar” um tema, os média agarram-no - parece que se chama a “isto” fugas de informação - exploram-no até ao limite, as oposições contestam – parece ser essa a sua função única -, fica -se durante um a três dias a falar do mesmo. Todos têm muitas opiniões, sempre dentro dos figurinos esperado, e repentinamente pula-se para nova notícia, que é a do dia, em todo e qualquer meio de comunicação social. Todos! Iguais.
E a cada dia surge, por “fugas” estranhas ou nem por isso, de “informação”, mais um sensacionalismo, que todos, mais uma vez levam ao limite, fica tudo a falar no mesmo e, de repente, esvai-se na penumbra de nova notícia. Sem qualquer resolução das anteriores, foi-se.
Este contínuo lançamento de novas “novidades”, que abafam a anterior e que serão rapidamente abafadas pela seguinte, cria um tempo demasiado inconsequente, volátil, superficial e cruel.
A imperiosa necessidade de não nos deixar reflectir, de fazer conseguir que o passado seja “o” dia de ontem, e “o” amanhã seja o que aconteceu hoje, reduz-nos a “demasiado insignificantes”, sem um passado que de facto temos, sem História e sem Memória.
Ficamos, por escolhas de alguns, demasiado apertados a um tempo e um espaço muito reduzido e vazio. Sistematicamente nos obrigam a viver em sobressalto com a notícia do momento – sempre negativa-, não deixando assimilar/resolver a anterior.
Estamos todos a ficar tão formatados a este “esquema” que voluntariamente nos “proíbe” de pensar pelas nossas cabeças, e assumimos as torrentes impostas pelos outros, do mediatismo e do imediatismo.
Nesta prossecução vai a abolição da Filosofia no ensino, para não haver veleidades de pensar, a abolição de leituras com conteúdo, para ajudar a não ter que pensar. Pensam – eles! - por nós, formam por nós, decidem por nós.
A gravidade desta situação é que não conseguimos aprender com os erros do passado, que até pode ser recente, e repetimos e insistimos na repetição do que deu resultados negativos. Mas, entretanto, este estádio de não mudança, de manter tudo na mesma, resulta para os mesmos, dos mesmos lados se manterem à tona, enquanto a maioria da população entra em desespero e não reage.
Não sabe pensar por si, não se junta em movimentos não agressivos de cidadãos – e quando se junta, todos lhes caiem em cima - , não tem espaço de livremente ter e passar informações, e bloqueia-se no que é impostos pelos outros sempre os mesmo de quadrantes definidos, que não querem perder o seu espaço. E a comunicação social maioritariamente serve de veículo de passagem, destas vontades rápidas dos outros, sempre.
E, de facto, ficamos sem passado, mas também receando o presente deixamos de preparar o futuro. É no mínimo grave! Mas é a realidade!
Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
23 de Março de 2015
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