Neste inicio de ano estou de luto carregado. Aconteceu a um amigo meu, podia-nos acontecer a todos.
Às seis da manhã do dia 1 de Janeiro, toca o telefone, o pesadelo de quaisquer Pais. Atende. Do outro lado da linha uma voz anónima: «É de casa do ...? É. É o Pai? Sou. Lamento informá-lo mas o seu filho está no banco do hospital de S. José, muito mal. Pode vir já?»
O ano começou e a vida acabou. Ali, brutal como um atropelamento com fuga. O rapaz de 25 anos ficou na rua, o cérebro desfeito, o corpo nos últimos estertores.
Doze agonizantes horas depois, a Graça de Deus acolheu-o no seu seio.
A mulher ébria que conduzia desgovernada na madrugada de um, fugiu. Horas depois foi apanhada. Lá receberá uma pena suspensa, de um ano ou dois, porque em Portugal matar por ebriedade ao volante, não é grave.
Os Pais ficaram com um abismo e uma dor que vai durar para o resto da vida deles.
Bom Ano a todos.