segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Já não há paciência

TAP, TAP, TAP, quem te viu e quem te vê

Os membros do nosso governo devem ter bebido de alguma poção especial que os torna especialmente obtusos.

De repente, vem um secretário de Estado dos Transportes, de seu nome Monteiro, que declara que a privatização da TAP não é discutível. Como é que alguém pode dizer uma coisa dessas sobre uma matéria que interessa intensamente o país pensante, que tem suscitado questões infindas e que tem realmente de ser discutida?

Se o dito Monteiro não quer discutir a privatização da TAP, é um problema dele, só não se entende é a razão pela qual um homem tão desinteressado da discussão de questões fundamentais do pais há-de ser membro do governo. Eu pessoalmente discordo inteiramente da ideia de privatização da TAP, e mais nas condições actuais.

A empresa parece que está a passar por um processo intenso de sabotagem, cujo único objectivo é o de a desvalorizar. 

Nas melhores condições a TAP é uma empresa mediocremente gerida, sem a menor inovação ou imaginação, ou sentido de oportunidade comercial. Desde há dois anos, parece que alguém fez uma aposta que conseguia afundar uma empresa que tem tudo para vencer.

Seja como for, talvez antes de exprimir opiniões definitivas, conviesse esclarecer questões básicas: quanto deve a TAP e porquê? Quanto é o seu capital e quais são os seus activos e passivos? Qual é a dimensão da massa salarial e está em linha com as melhores práticas da indústria?

Vem o Primeiro Ministro e declara que a opção é privatizar a companhia ou reestruturá-la. Porquê? Se for privatizada não é reestruturada? Porque é que a TAP precisa de repente, com enorme urgência, de um vultuoso aumento de capital, se há dois anos a ideia era investir fortemente em reforço da frota?

Tudo dito, alguém que explique ao senhor Monteiro, que há pessoas no País que têm instrução e curiosidade e pretendem discutir a TAP. Ele que fique com as certezas que tem, que já se viu que não é feito para grandes voos. Por falar em TAP...

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