quinta-feira, 26 de março de 2015

Estamos bloqueados na Europa


Para além da parte económica, que não se tem conseguido resolver, nesta Europa, existe uma total falta de lideranças e de leaders, o que temos são simples “chefes de grupos”.

A Queda da União Soviética, tão aclamada na altura, além de deixar o Ocidente numa deriva – faltou o inimigo comum - que poderia ter sido construtivo, contudo, desactivou o espírito da política e dos verdadeiros políticos, que havia no depois II Guerra Mundial até meados dos anos oitenta do século passado, sem nada os ter - capazmente- substituído.

A Nato ficou a ser governada e paga pelos EUA, e tudo na Europa, até a participação nesta, passou a miragem.

E a riqueza industrial que ainda por cá se fazia foi enviada para a China e para a Índia – excepto a Alemanha que conseguiu, ainda, ficar com uma boa parte – e tudo a todos os níveis, se desconjunta.

O Estado Social estava muito suportado no desenvolvimento económico, e quando este se foi abaixo, todos, ou quase, os países europeus fizeram como se nada tivesse acontecido – e aqui, por muito que a muitos incomode, os do Norte estiveram melhor que os do Sul, as verdades por vezes deviam ser mentiras -  e para manter tudo na mesma, endividaram-se.

Entretanto, deram-se as Primaveras Árabes, que terão tido alguns bons e positivos resultados na Tunísia. De resto, um desastre, a ver pela Líbia, e não só.

E, não esquecer, o Presidente Bush, acolitado por uns quantos “chefes de grupo” europeus, inventou um pretexto para invadir o Iraque e vender armamento, gastando, utilizando-o.

A tal Líbia sem Kadhafi, este um ditador dos mais apurados, mas que a dada altura era recebido de tenda e tapete vermelho por todo o lado – petróleo -, até pela Europa, desmoronou-se num bando, de sem rei nem roque. E a Europa a ver, sem ver!

O auto-denominado Estado Islâmico vai-se impondo com base em mortes à toa, chacinas, com fanáticos, até jovens europeus, lá e cá, a ajudar e fazendo ponte para a Líbia.

E nós, europeus, em todas as vertentes cada vez mais desunidos, mais desentendidos, muitíssimo individualistas, sem futuro.

A Rússia, em desespero do Czar Sr. Putin, olha-nos, mas vê-nos em pânico, o que lhe dá jeito: a Crimeia já é dele e ver-se-á a Ucrânia.

E, quando pelo Mediterrâneo formos atacados, quer por fanáticos vindos da Líbia, quer por Pessoas a fugir em desespero, não vai ser nada agradável! De se viver e de se morrer!

Augusto KÜTTNER DE MAGALHÃES
25 de Março de 2015

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