sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Os Refuzeniks

AAH! Que excelentes ideias que nós temos! Ora vejam!

Na União Soviética, o termo começou por designar os judeus a quem era recusado um passaporte para imigrar para Israel. Depois a expressão abarcou todos os que estavam contra o regime comunista.

Em Portugal, são basicamente os «anti-austeritaristas» e hoje, a oposição no seu conjunto.

A atitude consiste nisto: diga o Primeiro Ministro o que disser e o Presidente da República o que entender, a oposição, incluindo o Partido Socialista, só tem uma posição: é falta de sentido de Estado, é anti-patriotismo, é péssimo em geral, é mais uma ideia horrível, etc.

A coisa chegou ao ponto que António Costa em comentário ao pagamento antecipado de divida ao FMI, o que permite ao País poupar muito dinheiro em juros, a única coisa que lhe ocorreu dizer foi que se trata de uma forma de renegociação da dívida!

É uma atitude normal numa época de permanente contestação a tudo quanto sejam políticas dos governos em funções, a começar pelos governos dos países eufemisticamente chamados «sob intervenção».

Vinda da parte do Partido Socialista, é preocupante. 

Quando chegarmos a Outubro a maioria vai dizer que cumpriu o programa de governo que apresentou em Junho de 2011, que levou a carta a Garcia, que executou com rigor e mérito o programa da troika, e dirão que «digam o que disserem, salvamos Portugal da bancarrota». 
E terão razão.

Dirão mais: que agora entramos noutra era, a era de consolidar os ganhos e de tratar do crescimento económico, reabsorver o desemprego no tecido produtivo e fazer as tais reformas de fundo para que não houve tempo na lufa-lufa do combate extremado contra a bancarrota. 

E dirão bem.

E o que propõe a oposição? Nada. Nada de nada. Posso andar desatento, mas a única atitude que lhe detecto, é a dos «refuzeniks», a de esperar com ar indignado que a maioria seja corrida do poder por um povo syrizista que está farto da «austeridade», da troika, dos impostos, dos abusos fiscais, das «privações» e do «risco de pobreza».

Pode ser que sim pode ser que não, mas a verdade é que me começa a parecer que não chega. O tal povo pode estar farto, mas reconhece que o governo cumpriu. Cumpriu com defeitos, com muitos erros, com falta de maturidade (também não havia experiência de uma coisa destas, certo?), com prepotência, mas cumpriu. Tem isso no activo.

A oposição, essa, não tem nada, só paleio de maldizer. Ou propõem alguma coisa de motivador, ou corremos o risco sério de ter que «alombar» com este governo de gnomos mais quatro anos.

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