quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Soluções e pesadelos


A vida de um líder partidário, sobretudo na oposição, tem aqueles dias difíceis: às vezes, à falta de assunto, é preciso inventar para compor o discurso.

António José Seguro apareceu hoje a criticar Passos Coelho porque, diz ele, "em vez de dar soluções, o primeiro-ministro dá pesadelos aos portugueses". Cough! Cough!... Ao que parece que o debate do Orçamento de Estado ainda não lhe foi suficiente.

As soluções, muito duras e difíceis, que Portugal é forçado a seguir hoje em dia, resultam principalmente de anos a fio do pesadelo socialista que nos foi servido. Endividamento colossal a todos os níveis, indisciplina financeira no Estado e no sector público, ruína em várias empresas do Estado, SCUT, auto-estradas a rodos, aeroportos e TGV, PPP celebradas em condições escandalosas, negócios ruinosos para o Estado, política salarial irresponsável no funcionalismo, obras e inaugurações faustosas - foram alguns dos pesadelos que o PS serviu aos portugueses. Está tudo aí... para pagarmos.

No mesmo discurso, o líder socialista voltou a reincidir na retórica obsessiva da denúncia da "direita mais conservadora e ultra-liberal", que diz identificar no Governo. Começa a ser uma repetição doentia, com manifesta falta de imaginação.

Tal como o resto da esquerda, que é ainda pior, Seguro não entendeu, ou finge não entender, que, nesta altura, já não há margem para ideologia, mas apenas para tesouraria. Neste momento, o caminho que seguimos não resulta de qualquer planeamento ideológico, mas da mais simples e brutal das constatações: "Não há guito!"

Esse, em bancarrota, foi o país que o PS legou ao Governo actual - totalmente arruinado, em declínio e recessão e com uma folha de rota: o memorando da troika. Lembra-se?

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