segunda-feira, 22 de julho de 2013

A melhor parte do discurso do Presidente


Na comunicação do passado dia 10 de Julho, o Presidente da República havia defendido e proposto um Compromisso de Salvação Nacional.

Começou por recordá-lo, na comunicação de ontem: «No passado dia 10, expus ao País uma forma de ultrapassar a actual crise política. (...) Essa solução implicava a realização de um Compromisso de Salvação Nacional entre os três partidos que, em 2011, subscreveram o Memorando de Entendimento com as instituições internacionais.»



E, a seguir, veio aquela que considero a melhor parte do seu discurso de ontem à noite:
«Um acordo entre essas três forças partidárias, que representam 90% dos Deputados à Assembleia da República, reforçaria a nossa capacidade negocial com as instituições internacionais, atenuando os pesados sacrifícios exigidos aos Portugueses.

Além de promover a estabilidade política, um compromisso de médio prazo iria melhorar as condições de crescimento da economia e de criação de emprego.

A uma maioria parlamentar juntar-se-ia o apoio do maior partido da oposição às medidas que, após negociação conjunta com as instituições internacionais, se revelassem indispensáveis para completar com êxito o Programa de Assistência Económica e Financeira e, bem assim, para conseguir o regresso do País aos mercados em condições mais favoráveis e para assegurar o normal financiamento do Estado e da economia
Na comentocracia reinante, dominarão certamente aqueles que, em variados tons, se entreterão a comentar que "o Presidente falhou" e a regozijar-se com "o insucesso de Cavaco" ou com a afirmação de que "Cavaco teve de recuar".

É a tristeza medíocre em que vivemos! Dominam os que se alegram com que fiquemos pior. 

O Presidente tinha razão. E tem razão. Mas Cavaco não pode fazer o que só os partidos podem fazer. 

Não seria melhor que tivéssemos mais capacidade negocial junto dos credores? Não seria melhor podermos obter melhores condições? Não seria melhor termos de fazer menos sacrifícios? Não seria melhor conseguirmos crescer e criar emprego, já? Não seria melhor virmos a regressar aos mercados em condições mais seguras e favoráveis? Não seria melhor não termos de recear novas derrapagens ou rupturas no financiamento do Estado e da economia?

Então, qual é a dúvida? Qual foi a dúvida?

A seguir, apontarei os verdadeiros culpados deste fracasso. Não é a Cavaco Silva que devemos apontar o dedo.

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