segunda-feira, 22 de julho de 2013

Os culpados

Na comunicação de ontem, o Presidente da República lamentou o insucesso das conversações interpartidárias a três: 
«Desde a primeira hora, dei o meu apoio inequívoco à realização desse Compromisso [de Salvação Nacional]. Lamento que, após seis dias de trabalho conjunto, os três partidos não tenham conseguido alcançar o entendimento desejado.» 
 E acrescentou: 
«Não quero recriminar nenhum partido.»
Cavaco Silva fez bem. As conversações romperam - é certo - pelo PS, como todos vimos. Mas - é altura de lhe fazer justiça - a culpa não foi de António José Seguro e da sua direcção. Nenhum partido, por isso, deve ser recriminado. 

Os culpados, os verdadeiros culpados foram estes:


Foram Soares e Sócrates que mobilizaram as suas hostes e que, pelo poder de condicionamento interno que mantêm sobre o Partido Socialista, sabotaram as conversações tripartidas para um acordo patriótico, o Compromisso de Salvação Nacional. Mário Soares foi ao extremo de ameaçar com uma cisão do PS. E José Sócrates, que tem contas antigas a ajustar com Cavaco, usou o palco privilegiado da RTP para emitir continuamente as suas "instruções".

É triste, mas absolutamente sintomático da nossa decadência e da crise nacional profundíssima que atravessamos, que um ex-Presidente da República e um ex-Primeiro-Ministro se comportem desta maneira. 

Não acrescentam patriotismo, mas rancor sectário. Não agem como estadistas, nem sequer ex-líderes de partido, mas como chefes de facção. Não exercem uma função de elevação, ponderação e compromisso, mas o contrário: baixeza, mediocridade, fractura.

Desditosa Pátria, que tais ícones tem!

Quando sentirmos que é mais fraca a nossa capacidade negocial com as instituições internacionais, agradeçamos a Soares e Sócrates. Quando não conseguirmos atenuar mais os pesados sacrifícios exigidos aos Portugueses, agradeçamos a Soares e Sócrates. Quando lamentarmos não melhorar mais depressa as condições de crescimento da economia e de criação de emprego, agradeçamos a Soares e Sócrates. Quando ouvirmos tremer a conclusão com êxito do Programa de Assistência Económica e Financeira, agradeçamos a Soares e Sócrates. Quando nos disserem que pode perigar o regresso do País aos mercados em condições mais favoráveis, agradeçamos a Soares e Sócrates. Quando recearmos poder voltar a ser comprometido o normal financiamento do Estado e da economia, a médio e longo prazo, agradeçamos a Soares e Sócrates.

São estes os falhados, os perdedores, que fizeram fracassar o que era bom para Portugal.

1 comentário:

Henrique Santos disse...

O que é bom para o CDS e para o Governo, não é necessáriamente bom para Portugal e para os portugueses. Esta é uma visão sectária de José Ribeiro e Castro, que não deverá surpreender ninguém.